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Gastronomia

A nova era da restauração: o que muda a partir de hoje e as medidas contestadas

A restauração reabre portas a partir desta segunda, para dar volta à crise provocada pelo Covid-19 nos últimos dois meses. Há novos horários e regras, nem todas bem aceites pelo setor.

Com o arranque da segunda fase do plano de desconfinamento em Portugal, chegou um dos dias mais importantes para a restauração nacional, que pode agora reabrir portas e serviços, a 100%, depois de mais de dois meses encerrados ou a funcionar em regime de takeaway e entregas.

Restaurantes, cafés e pastelarias podem servir clientes no interior dos espaços, com rígidas normas de segurança e lotação máxima reduzida a metade, e pretende-se que seja promovida a ocupação de esplanadas. A distância mínima de dois metros entre mesas e o limite de fecho dos espaços até às 23h são outras das medidas que passam agora a fazer parte do novo panorama da restauração.

É de ressalvar que as medidas que agora entram em funcionamento, acordadas entre a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), têm sido contestadas pelo setor, nomeadamente, no que toca à limitação da capacidade, o que já levou, pelo menos, 20% dos estabelecimentos a avisarem não ter condições para abrir, segundo os dados da AHRESP, avançados na quinta-feira.

“O grande constrangimento e o ponto mais crítico tem que ver com a limitação da capacidade a 50%”, disse Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP. A mesma adiantou que esta questão “um ponto muito crítico” que “compromete a abertura de muitos estabelecimentos que desejariam abrir e não vão ter condições”, lembrando que “há muitos anos” que o setor convive com normas de higiene e segurança “muito apertadas”.

Recorde-se que, segundo o último inquérito feitos aos seus associados, de norte a sul do país, 20% das empresas de restauração avisou a AHRESP que não tinham condições para abrir com limitação de capacidade a metade, algo que Ana Jacinto considerou ser “extremamente preocupante”.

O mesmo documento, sobre o impacto da Covid-19 no setor turístico, revelou outros dados preocupantes: 79% das empresas referiram estar encerradas, no início de maio, sendo que 27% destas se encontravam a equacionar o pedido de insolvência. Cerca de 59% das empresas do setor recorreu ao lay-off.

Ana Jacinto esclareceu que a distância de dois metros entre as mesas, apesar de recomendada, não é obrigatória, ressalvando que o distanciamento não será necessário no caso de serem pessoas que convivam na mesma casa. Já a proibição de entrada nos estabelecimentos depois das 23h também não será impeditiva de que os clientes possam permanecer no interior e terminar tranquilamente as suas refeições após essa hora. A responsável desaconselhou ainda o investimento em acrílicos para a divisão de mesas, uma vez que estes serão mais uma superfície a desinfetar e porque não reduzem a necessidade do distanciamento obrigatório.

O uso de máscaras é obrigatório para funcionários e clientes, mas a medida não se aplica aos trabalhadores nas zonas de calor, como as cozinhas, onde o uso não é obrigatório. As viseiras não são obrigatórias e não poderão substituir as máscaras utilizadas pelos trabalhadores.

 

Foto: Nuno Pinto Fernandes/GI

Fonte: Evasões

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