Onde se comem boas pataniscas na cidade de Lisboa?
A origem da patanisca é incerta. Supõe-se que tenha aparecido em Lisboa ou arredores, possivelmente numa taberna onde havia excesso de aparas de bacalhau e vontade de as aproveitar. É pena não haver um relato histórico mais concreto, até pela curiosidade que suscita a formulação patanisca. Sabemos que isca é sinónimo de lasca de bacalhau e que pata pode ser uma forma rude de dizer mão (“Tira daí a pata, [inserir nome]”). Sabemos também que a patanisca se come à mão e que, por isso, pode ser uma simples aglutinação da expressão “pata na isca”. Mas tudo isto é mera especulação: ao equivalente portuense, de receita ligeiramente diferente, chama-se apenas isca e não é de acreditar que se comesse de garfo e faca.
O que interessa para o caso é que a patanisca se instalou e disseminou em Lisboa com enorme sucesso e alcance. É um petisco democrático: tanto se encontra na taberna mais simples, junto às sanduíches de panado, como é reinterpretada com outros recheios que não o bacalhau em restaurantes de cozinha contemporânea. Pelo meio, também há quem a sirva bem acompanhada de arroz malandrinho de tomate ou feijão como prato principal. Seja ela mais bojuda ou mais plana, o essencial é que venha bem recheada e sem resquícios do óleo que a fritou. Nestes restaurantes é precisamente isso que acontece.