Onde se comem boas pataniscas na cidade de Lisboa?
A origem da patanisca é incerta. Supõe-se que tenha aparecido em Lisboa ou arredores, possivelmente numa taberna onde havia excesso de aparas de bacalhau e vontade de as aproveitar. É pena não haver um relato histórico mais concreto, até pela curiosidade que suscita a formulação patanisca. Sabemos que isca é sinónimo de lasca de bacalhau e que pata pode ser uma forma rude de dizer mão (“Tira daí a pata, [inserir nome]”). Sabemos também que a patanisca se come à mão e que, por isso, pode ser uma simples aglutinação da expressão “pata na isca”. Mas tudo isto é mera especulação: ao equivalente portuense, de receita ligeiramente diferente, chama-se apenas isca e não é de acreditar que se comesse de garfo e faca.
O que interessa para o caso é que a patanisca se instalou e disseminou em Lisboa com enorme sucesso e alcance. É um petisco democrático: tanto se encontra na taberna mais simples, junto às sanduíches de panado, como é reinterpretada com outros recheios que não o bacalhau em restaurantes de cozinha contemporânea. Pelo meio, também há quem a sirva bem acompanhada de arroz malandrinho de tomate ou feijão como prato principal. Seja ela mais bojuda ou mais plana, o essencial é que venha bem recheada e sem resquícios do óleo que a fritou. Nestes restaurantes é precisamente isso que acontece.
Todos os dias se fritam pataniscas na Tiraninha, uma casa simples nos arredores da Duque de Loulé, cantina diária de muitos que trabalham naquela zona. Podem ser comidas à unidade, como entrada, ou em dose de cinco, com arroz a acompanhar. É escolher. (fotografia: Tiago Pais)
As pataniscas da Casa do Bacalhau, no Beato, são uma autêntica obra-prima. Não admira, por isso, que tenham ganho o prémio de Melhor Patanisca da cidade no concurso organizado na última edição do Peixe em Lisboa. (fotografia: Tiago Pais)
O restaurante Casa do Bacalhau fica num palácio do século XVIII, mandado construir pelos Duques de Lafões. (fotografia: DR)
No clássico O Poleiro, em Entrecampos, há excelentes pataniscas de bacalhau e de camarão. Estas últimas vêm sempre acompanhadas, como prato principal, de um magnífico arroz de lingueirão. (fotografia: Tiago Pais)
As pataniscas de bacalhau d’O Poleiro. (fotografia: Tiago Pais)
Noutro poiso da cidade dedicado ao fiel amigo, o Laurentina – O Rei do Bacalhau, as pataniscas também têm lugar de destaque à mesa, seja como petisco, servido todo o dia, ou prato principal, às refeições. (fotografia: Tiago Pais)
Eis as pataniscas do Laurentina, feitas do mesmo bacalhau de qualidade superior (Jumbo da Islândia) que usam nos outros pratos da ementa. (fotografia: Tiago Pais)
As pataniscas bem apessoadas da Merendinha do Arco podem ser consumidas a solo ou, como no caso da fotografia, com uma dose de arroz de feijão. É um dos grandes trunfos desta tasca, uma das raras resistentes na Baixa. (fotografia: instagram.com/bushaustin)
Conhecido pela boa sardinha assada, na época, e pelo terraço pitoresco em Alfama, o Lautasco também tem boas pataniscas. (fotografia: DR)
O Água Pela Barba é uma tasca contemporânea dedicada ao peixe que abriu há cerca de um ano na Bica. As pataniscas não faziam parte da ementa inicial mas depressa se juntaram ao lote de opções. (fotografia: Tiago Pais)
Ei-las aqui: são servidas com um molho aioli de pimentos assados. (fotografia: Tiago Pais)
Ponto de encontro de políticos conhecidos mas também de muitos anónimos, o Varina da Madragoa tem nas pataniscas uma escolha segura: e fazem-nas tanto de bacalhau como de polvo.(fotografia: Gonçalo Villaverde / Global Imagens)
-
Todos os dias se fritam pataniscas na Tiraninha, uma casa simples nos arredores da Duque de Loulé, cantina diária de muitos que trabalham naquela zona. Podem ser comidas à unidade, como entrada, ou em dose de cinco, com arroz a acompanhar. É escolher. (fotografia: Tiago Pais)
-
As pataniscas da Casa do Bacalhau, no Beato, são uma autêntica obra-prima. Não admira, por isso, que tenham ganho o prémio de Melhor Patanisca da cidade no concurso organizado na última edição do Peixe em Lisboa. (fotografia: Tiago Pais)
Fonte: Evasões