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Economia

Turismo e investidores não residentes são motores do setor imobiliário

Portugal atravessa, provavelmente, a melhor fase de sempre no que diz respeito ao turismo. Este crescimento acentuado pode ser explicado por diversas razões e tem vindo a afectar positivamente a economia e a vida dos portugueses.

Apesar de geograficamente pequeno, Portugal tem uma vasta gama de características invejáveis no que diz respeito à qualidade turística mundial. Podemos nomear a costa marítima, a exposição solar e o clima temperado, a cultura com todas as suas ramificações como a gastronomia e a música ou o apelo natural com que o cidadão português recebe todos os seus visitantes.
O mundo está encantado com Portugal. Há cada vez mais turistas a visitar e a estudar no país, a comprar casa ou a trabalhar em Portugal. Parece evidente que, quanto mais pessoas nos visitam, maior é a oportunidade para os negócios. Mas qual é, afinal, o segredo para um negócio de sucesso? Talvez não haja uma única resposta, mas há pistas. Em primeiro lugar, deve saber o que é que os turistas procuram no nosso país. Depois, é importante que o negócio não esqueça os portugueses que cá vivem, que seja um negócio para todo o ano e que seja global, desde o primeiro dia.
Lisboa, cidade mais ‘cool’ da Europa, o Douro Vinhateiro, os hotéis de charme com uma arquitetura e estética ligadas à paisagem, o turismo religioso de Fátima, as ondas gigantes da Nazaré, o encanto do património cultural e histórico do centro do país ou a natureza irrespirável dos Açores são exemplos de que longe vai o tempo em que os turistas escolhiam Portugal apenas pelo sol e pelas praias algarvias.
Há um segmento de turistas cada vez mais experientes e exigentes que já não procuram produtos, procuram experiências. E pagam para isso. Aí está a grande oportunidade de negócio: reunir num negócio a autenticidade e a genuinidade da forma portuguesa de ser, sem esquecer a criatividade, a modernidade e o requinte, que podem fazer de Portugal uma experiência única, sofisticada e imperdível.

Residências de estudantes

Depois da explosão do alojamento para turistas, a grande oportunidade parece estar agora nas residências para estudantes, onde a procura supera largamente a oferta. A grande oportunidade está em dar resposta à criação de alojamentos nas cidades mais procuradas pelos estudantes como: Lisboa, Porto, Aveiro, Vila Real, Coimbra, Almada, Setúbal, Braga, Faro, Covilhã e Évora. Quanto mais próximos forem dos campus universitários ou com boas ligações de transportes, melhor.
A explosão do turismo deveu-se – em boa parte – à boa comunicação de Portugal além-fronteiras. A Internet das coisas, as novas tecnologias, os blogues e as aplicações melhoraram os negócios e são, eles mesmos, um negócio muito promissor. As possibilidades são imensas, sobretudo porque pode criar um serviço diretamente para os turistas, ou indiretamente, para quem com eles trabalha diariamente, como as câmaras municipais, museus, hotéis ou restaurantes. Há ideias novas que permitem aproveitar a realidade virtual ou a inteligência artificial para melhorar a experiência dos turistas.
Aliado a uma linha da costa apelativa, Portugal apresenta também um interior rico em biodiversidade, paisagens paradisíacas e locais ricos em beleza pelo seu direto contacto com a natureza. Estes fatores permitem que Portugal disponha da oferta necessária para a existente procura, que nos nossos dias existe, por uma escapadela ao ar livre, contemplação e contacto com a natureza e acima de tudo novos locais para descobrir.
O interior de Portugal apresenta-se como uma oportunidade de negócio onde muito investimento pode ainda ser feito.

O Brexit

O Investimento britânico em Portugal cresceu cinco vezes em 2017, passando de 140 para 750 milhões de euros e o governo acredita que pelo menos parte do aumento pode ser explicado com o Brexit.
Nas suas mais recentes projeções, os técnicos do Banco de Portugal explicam o motivo pelo qual as suas previsões iniciais para a economia portuguesa ficaram tão longe do resultado final de 2017. Há um ano, o BdP esperava que o ano terminasse com um crescimento de 1,8%, muito abaixo dos 2,7% que acabaram por se verificar.
A principal fatia da “culpa” recai sobre os turistas. O Banco não esperava que tantos turistas escolhessem Portugal como destino, o que fez aumentar as exportações de serviços muito mais do que as estimativas apontavam. Mais de metade do desvio veio desse indicador. “A subestimação do crescimento das exportações de bens e serviços foi o principal fator explicativo do erro de projeção na taxa de crescimento do PIB”, pode ler-se no relatório divulgado, notando que os ganhos de quota de mercado foram muito superiores face ao que se esperava.
“A análise das principais componentes das exportações permite verificar que o erro de projeção se concentrou, em larga medida, nas componentes ligadas ao turismo”, acrescenta o BdP.
“De facto, verificou-se em 2017 um aumento de 15,4% nas exportações de turismo, o que constitui uma das taxas de crescimento mais elevadas desde o início dos anos 90, apenas comparável à taxa observada em 1998, ano da realização em Lisboa da Expo ’98.”
Os restantes serviços próximos do turismo também registaram reforços significativos (9,2%), como foi o caso dos transportes aéreos.
Do lado do consumo, o maior dinamismo veio dos bens duradouros (carros e eletrodomésticos), enquanto o investimento feito pelas empresas cresceu mais do que o BdP esperava.
O BdP avalia também a solidez das suas hipóteses sobre variáveis externas, concluindo que, nesse caso, não houve desvios significativos. O preço do petróleo deu uma ajuda ligeira ao crescimento, enquanto a apreciação do euro deu um pequeno contributo negativo.
No mesmo documento, o Banco apresenta as suas novas previsões até 2020, esperando que nesse ano a taxa de desemprego esteja abaixo de 6%, apesar de prever que a economia vá perdendo ímpeto até estar a crescer apenas 1,7%.
O crescimento turístico em Portugal assentará nas categorias hoteleiras superiores e em produtos alternativos de natureza, surf, sol, praia e cultura.

 

Fonte: Mundo Português

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