fbpx
Cultura

Lisboa é uma cidade a ponto luz bordada…

É uma cidade para se descobrir sem pressa, observando o que aparece em cada rua. Foi certamente por isso que, em 2014, a rede de televisão americana CNN considerou-a a cidade mais ‘cool’ da Europa…

Com mais de 20 séculos de história, a ‘Cidade das Sete Colinas’ estende-se ao longo do rio Tejo, com inúmeros museus, esplanadas, miradouros, zonas verdes, monumentos, restaurantes de charme, tabernas antigas. Lisboa é também o som dos elétricos, o cheiro das castanhas, o pregão das vendedeiras de flores, o som do Fado. A essência de Lisboa vive-se também nos seus bairros, e não apenas nos seus monumentos e edifícios históricos. Depois, é importante lembrar, que esta é uma cidade segura e acolhedora, com muito para ver, mas relativamente pequena. É, por isso, ideal para passar vários dias.

Lisboa dos miradouros
Por ser uma cidade de colinas, conta com inúmeros e magníficos miradouros, que proporcionam vistas únicas. Seja uma vista maravilhosa para o rio Tejo ou uma espetacular panorâmica urbana, os miradouros e jardins de Lisboa são parte integrante e essencial da cidade fazem parte do seu encanto. O Miradouro da Graça, um dos mais bonitos de Lisboa, tem uma vista magnifica para o Tejo, o Castelo e a Baixa de Lisboa, enquanto o Miradouro da Senhora do Monte tem outra impressionante vista sobre a cidade até ao Monsanto. No Miradouro de Stª Luzia, seguramente um dos mais belos da cidade, pode-se apreciar uma vista maravilhosa sobre o Tejo e Alfama. Já no Miradouro de São Pedro de Alcântara, talvez um dos mais amplos da cidade, apresenta uma vista para a Mouraria e para o Castelo de São Jorge. E não podemos esquecer-nos do miradouro do Arco da Rua Augusta, que oferece uma vista panorâmica ímpar sobre a cidade. Pode ser visitado, juntamente com o salão de abóbadas que alberga a maquinaria do relógio ali existente. A entrada faz-se pela Rua Augusta, através de uma pequena porta mesmo ao lado do arco.

Templos e espaços verdes
Ao longo dos muitos séculos de existência, a cidade foi recebendo diferentes culturas e povos vindos de diferentes paragens e que deixaram a sua marca. Lisboa é provavelmente a mais rica capital europeia em matéria de igrejas e templos, que ilustram estilos e época. Como a Sé, que começou a ser construída 1147 e conjuga os estilos romântico, gótico e barroco, ou o Mosteiro dos Jerónimos, fundado em 1496 e joia do manuelino, estilo associado ao rei D. Manuel I. É ainda uma cidade repleta de espaços verdes e que recebeu o primeiro jardim botânico português: o Jardim Botânico da Ajuda. Existem em Lisboa mais de uma centena de parques, jardins, quintas e tapadas, como o Parque Eduardo VII, o Parque Florestal de Monsanto, o Jardim Botânico da Ajuda, o Jardim Botânico de Lisboa, o Jardim da Estrela, a Tapada da Ajuda, entre muitos outros.

Ao ritmo dos elevadores
Pode visitar alguns dos lugares mais emblemáticos da cidade, deslocando-nos nos seus tradicionais elevadores e provando algumas das especialidades típicas de Lisboa. Na Praça do Rossio, onde está o Teatro Nacional, temos o Café Nicola, um dos mais antigos cafés da cidade, a Confeitaria Nacional, imperdível será provar o tradicional licor da cidade na ‘Ginjinha’, uma das tradicionais tabernas da cidade. Ali tem o Elevador da Glória, que sobe a colina que conduz ao Bairro Alto e transporta os utentes até ao Miradouro de S. Pedro de Alcântara. Dali até ao Chiado é ‘um pulo’ e, uma vez lá, vale a pela entrar no conhecido café “A Brasileira” (1905) ou na “Casa Havanesa” (1864), que vende os famosos charutos cubanos. Mais abaixo “A Vida Portuguesa”, vende alguns dos objetos mais representativos do século passado que ficaram na memória dos portugueses. Outro elevador que transpõe uma das colinas está no Bairro da Bica. O Elevador da Bica leva o visitante até a uma zona bem animada tanto de dia quanto de noite, pela grande variedade de bares e restaurantes.
Lisboa é uma cidade com uma intensa vida cultural que tem no fado a sua expressão musical maior e que já foi elevado a Património Mundial. Por isso, jantar numa casa de fados será uma experiência a não perder. É ainda palco de inúmeros eventos internacionais. Desde 1994, ano em que foi Capital Europeia da Cultura, tem vindo a acolher uma série de iniciativas, da Expo 98 ao Tenis World Master 2001, do Euro 2004 ao Rali Dakar, do Rock in Rio à Tall Ships’ Races (Regata Internacional dos Grandes Veleiros). E entre 2016 e 2018, é a ‘casa’ de uma das maiores conferências mundiais de tecnologia, inovação e empreendedorismo da Europa – a Web Summit. Por tudo isto, e muito mais, é uma cidade que o vai surpreender…

Por recantos e arredores
Para o primeiro dia, propomos uma visita, ora a pé, ora utilizando os meios de transporte da cidade. Mas se preferir, para maior conforto, poderá visitar a cidade calmamente em carro de turismo com motorista, num tour privado feito à sua medida. Desça a Avenida da Liberdade, uma avenida arborizada, com calçada portuguesa.
Continue até à Rua Augusta, local de comércio tradicional, atravesse-a até chegar ao Arco da Rua Augusta, na Praça do Comércio, e tome um café no ‘Martinho da Arcada’, outrora frequentado pelo poeta Fernando Pessoa. Vá depois até ao bairro de Belém, comodamente, no Elétrico nº 15. Visite a Igreja e Claustros do Mosteiro dos Jerónimos (Património da Humanidade pela UNESCO) e passe pela Antiga Confeitaria de Belém para provar um delicioso Pastel de Belém. Mais à frente, do lado do rio, tem a Torre de Belém (também Património da Humanidade). À noite vá a uma casa de Fados, um estilo musical tão lisboeta e consagrado como Património Imaterial da Humanidade.

Até ao Bairro Alto
O segundo dia começa pelo encantador Príncipe Real, um bairro histórico mas muito atento às novas tendência. A zona circundante tem diversos cafés, restaurantes, antiquários, lojas de moda, decoração… Visite o Convento dos Cardaes e a Mãe d’Agua (literalmente por baixo do jardim). Para além do mercado biológico que funciona todos os sábados de manhã, encontra várias lojas. Descendo pela rua Dom João V chega às portas do Bairro Alto.
Embrenhe-se pelas suas vielas onde encontrará de tudo um pouco desde as lojas tradicionais às de vanguarda, passando pelas lojas vintage. Desça até ao Chiado, um dos bairros mais elegantes de Lisboa e onde toda a gente marca encontro para uma “bica” (café), para almoçar, apara ir às compras, para um “copo” antes de jantar. É o bairro dos teatros, cafés, esplanadas, livrarias antigas, estilistas nacionais, marcas internacionais. Ao final da tarde, não deixe de tomar um chá na pastelaria Benard.

O glamour de Cascais
O seu terceiro dia leva-o até à Costa do Estoril. Pode ir de comboio (a partir da estação do Cais do Sodré) e desfrutar deste magnífico passeio ao longo da costa. Cascais destino da aristocracia europeia em meados do século XX continua a ser uma vila de palacetes e de um ambiente mediterrânico. Visite o Museu Paula Rego uma das artistas portuguesas mais reconhecidas mundialmente e siga depois até ao Estoril (cerca de 15 minutos a passear pelo pontão) muitas vezes chamado de “Riviera portuguesa”.
Foi para esta vila que ricos e famosos europeus fugiram durante a Segunda Guerra Mundial. Grandes hotéis e o maior Casino da Europa foram construídos para recebê-los. Aproveite e tome uma bebida de fim de tarde no mesmo bar por onde na década de 40 do século XX, passaram espiões como Popov e escritores como Ian Fleming, o criador de ‘007’.

Do Parque das Nações a Alfama
De volta a Lisboa, no quarto dia siga de metro até ao Parque das Nações, onde se realizou a Expo 98, que foi o início da transformação daquele local. Admire a Estação do Oriente, o Pavilhão de Portugal, a Ponte Vasco da Gama. Visite o Oceanário, um dos maiores aquários do mundo, e o Pavilhão do Conhecimento. Ali tem também o shopping Vasco da Gama, com cerca de 150 lojas.
Para completar a visita de Lisboa, sugerimos, que siga para uma zona mais antiga e visite o Castelo de S. Jorge. Passeie por Alfama – um bairro medieval e o mais antigo da Europa, depois de El Pópulo, em Cádis. Deixe-se caminhar pelas suas vielas e becos, com estendais nas sacadas e fantásticas vistas para o Tejo. Ali, poderíamos dizer, vive a verdadeira alma lisboeta.
No último dia deste roteiro, aproveite para ver outros recantos únicos desta cidade com mais de 20 séculos de história. Visite museus, como o Museu de Arte Antiga, o Museu do Fado e o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia. E nenhuma estadia em Lisboa fica completa sem um passeio no Elétrico 28, simultaneamente, uma atração para os turistas e um meio de transporte dos moradores.

A LISBOA DOS ESPIÕES
Durante a II Guerra Mundial, Lisboa transformou-se num local seguro e estratégico. Um local de refugio para os que tinham, por uma ou outra razão, que fugir de cenários de guerra. Lisboa tornou-se o local ideal para os encontros e reuniões, um verdadeiro ‘ninho de espiões’. Em 1942, ano decisivo para o desfecho do conflito mundial, a guerra secreta intensificar-se-ia bastante em Portugal e Lisboa converteu-se no principal centro europeu de espionagem. Por vários locais passaram espiões ligados a este período da história mundial, como Dusko Popov, um agente duplo jugoslavo; Pujol Garcia, outro agente duplo, conhecido por ‘Arabel’ (do lado nazista) e ‘Garbo’ (do lado aliado); Ian Fleming, escritor que imortalizou o espião ‘James Bond, 007’, e que era agente do MI-6. Consta que antes de morrer, o escritor admitiu que o seu ‘Bond’ foi criado à imagem de Dusko Popov.  Alguns dos locais por onde passaram foram o Hotel Tivoli e o Hotel Vitória (este ultimo é hoje a Sede do Partido Comunista), onde ficavam alojados agentes alemães; o Hotel Avenida Palace onde num dos andares existia uma porta que dava ligação direta a uma das “portas” de entrada em Lisboa, a Estação do Rossio; o Café Nicola, que era frequentado pelos anglófilos.

Fonte: Mundo Português

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *