Juntas de freguesia de Lisboa lançam serviços de entregas ao domicílio
Penha de França, Benfica, Santo António, Campo de Ourique e Areeiro são algumas das freguesias de Lisboa que começaram a prestar serviços de ajuda aos moradores inseridos no grupo de risco da pandemia de covid-19.
Desde que a Direção Geral de Saúde recomendou o isolamento social e a permanência em casa, que muitas das freguesias da cidade estão a entregar alimentos e fármacos. De luvas, desinfetantes e guardando distâncias de segurança, deixando todos os bens à porta.
A Junta de Freguesia da Penha de França arrancou esta segunda-feira, com o projeto que vai abranger moradores com mais de 65 anos, utentes com doenças crónicas e residentes em quarentena decretada pelas autoridades de saúde. O apoio da consiste em entregas porta a porta determinadas pelas necessidades e aviso prévio dos cidadãos.
O serviço pretende criar um formato de entrega o mais seguro possível: o morador faz o pedido por via telefónica e é-lhe levado à porta de casa. Para já, as entregas vão ser feitas por profissionais da junta em parceria com outros meios institucionais. Os bombeiros da Penha de França já se estão a mobilizar para prestar assistência neste projeto.
A junta já possuía dois projetos que sinalizavam seniores e moradores que viviam em isolamento: a Penha Liga e o Projeto Radar, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia. Serão estas as ferramentas utilizadas para fazer o primeiro contacto com os grupos de risco.“Temos um funcionário da Comissão de bem-estar animal responsável por passear os cães dos moradores que não o possam fazer”, conta a assessora de comunicação, Teresa Oliveira ao DN. Os contactos podem ser feitos por telemóvel 968 830 031, de segunda a sexta-feira, das 9.00 às 18.00.
Seniores de Benfica estão a ser contactados
O gabinete de ação social da Junta de Freguesia de Benfica inicia esta terça-feira, dia 17, o serviço de entregas ao domicílio integrado no plano de contingência ao covid-19. A iniciativa será levada a cabo por voluntários e profissionais da junta, que já está a contactar os moradores com mais de 60 anos. O serviço vai levar bens de primeira necessidade à porta dos seniores. A entrega será por um operacional da junta ou por um voluntário com identificação.
“Toda a mobilização da junta tem sido uma construção viva. Dispomos de uma equipa de dez técnicos que já entrou em contacto com 3300 idosos e alguns já estão a ser acompanhados por psicólogos”, revela Ricardo Marques, presidente da junta de freguesia. Conta ainda que “os 800 moradores que eram ajudados a nível de alimentação nos refeitórios escolares ficaram sem amparo, mas já estão a receber refeições”.
Ainda que seja dada prioridade aos moradores com mais de 60 anos, o gabinete de ação social também vai abranger doentes crónicos e utentes do atendimento social. “Apelamos aos familiares e aos vizinhos, que tenham conhecimento de casos que se enquadrem nos grupos acima mencionados, que os sinalizem e encaminhem para os nossos serviços, evitando assim a vossa exposição aos contextos de contágio”, publicou a junta na sua página de Facebook. Os contactos podem ser feitos por email, para atendimentosocial@jf-benfica.pt ou, por telefone, 21 712 3003 / 21 713004 de segunda a sexta feira, das 09h30 às 16h.
Santo António presta assistência com equipa de oito elementos
O serviço de entregas ao domicílio na freguesia de Santo António arrancou esta segunda-feira com oito elementos das equipas de apoio social que se deslocam em pares. Até às 15.00 do mesmo dia tinham recebido três pedidos: um de fármacos e dois de alimentos. No mesmo período, receberam cinco emails de pessoas interessadas em tornarem-se voluntárias – pedidos que serão avaliados esta quarta feira, garante Vasco Morgado, presidente da junta.
A população alvo são as pessoas com mais de 60 anos e doentes crónicos. As pessoas ligam e dizem o que necessitam, desde alimentos a fármacos. Quando a compra de medicamentos está sujeita a receita médica deslocam-se primeiro à casa da pessoa e o processo é idêntico a partir daí. Fica tudo à porta.
“Temos a lista de pessoas vulneráveis através da Valor Humano e alterámos o modo de funcionamento da mercearia social nesta altura [de pandemia]. A semana passada, criámos um kit mensal com tudo o que seria indispensável. Vai funcionar desta maneira nos próximos meses, até tudo voltar à normalidade. Na próxima semana iremos contactar as pessoas abrangidas para entender as necessidades e personalizar os kits a ser entregues”, revela o presidente.
Os contactos podem ser feitos por telefone 932 432 552, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. Caso esteja interessado em tornar-se voluntário poderá contactar através de comunicacao@jfsantoantonio.pt.
Campo de Ourique com a ajuda de parceiros
A Junta de Freguesia de Campo de Ourique iniciou a primeira fase de um plano de apoio aos mais vulneráveis. Através do Projeto Radar, já tinha identificado 1400 idosos. Isolados ou semi-isolados, que estão a ser contactados “para saber do que precisam e como é que estão a reagir emocionalmente a esta situação [de pandemia]”, garante o presidente Pedro Cegonho.
“Estamos a receber alguns pedidos de ajuda pelos contactos da junta de freguesia, através do telefone e do email. A Santa Casa da Misericórdia, a Refood de Campo de Ourique e a PSP estão a sinalizar e a transmitir situações que precisam de auxílio. Estamos a contactar esses casos e a apoiá-los quer através de entregas ao domicílio de bens essenciais, feitas por funcionários da Junta, quer através de um contacto personalizado para acompanhar as pessoas e fazê-las sentirem-se amparadas”, revela Pedro Cegonho.
O presidente da junta acredita ainda que “Ao longo do tempo, as paróquias e outras IPSS também deverão sinalizar mais pessoas e nós, naturalmente, iremos ajudar nessa matéria”. Os contactos podem ser feitos por telefone 213 931 300 / 916 278 153, de segunda a sexta -feira, das 9h às 18h, ou por e-mail geral@jf-campodeourique.pt.
Areeiro já está nas ruas
A Junta de Freguesia do Areeiro assegura que está a apoiar as pessoas e a entregar bens de primeira necessidade a quem necessita, com todos os cuidados. “A nossa primeira ideia foi fazer uma espécie de banco alimentar. Isto é, comprarmos os alimentos em grandes quantidades, armazenar e ir distribuindo às pessoas consoante as necessidades. Mas isso não é possível porque as grandes superfícies já não têm essa disponibilidade e porque não podemos comprar quantidades muito grandes”, assegura César Laranjo, técnico de comunicação e imagem.
O caminho foi ir respondendo às necessidades da população mais vulnerável à medida que esta se manifesta, seja comprando alimentos ou fármacos. O programa “Olá, Bom dia”, através do qual a Junta já acompanhava o estado da população mais idosa semanalmente, e o programa Radar estão a ser aliados na identificação de elementos de risco. Neste momento, o Areeiro está a trabalhar numa campanha de comunicação para tornar este serviço mais flexível.
Os contactos podem ser feitos por telefone 218 400 253, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h ou através do e-mail geral@jf-areeiro.pt.
Fonte: DN