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Cultura

Douro prevê aumento de produção para 266 a 288 mil pipas de vinho

O Douro poderá produzir nesta vindima entre as 266 e as 288 mil pipas de vinho, uma previsão que aponta para um aumento significativo na colheita mas que ainda não reflete a falta de água em algumas sub-regiões.
Os dados foram divulgados hoje pela Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), durante uma reunião com associados, no Peso da Régua, distrito de Vila Real.A diretora-geral da ADVID, Rosa Amador, referiu que as previsões, baseadas no método de pólen, apontam para uma produção entre as 266 e as 288 mil pipas de vinho.

De acordo com estes dado, prevê-se um aumento na produção entre os 13 e 22%, comparativamente com a média de produção dos últimos sete anos, que é de 236 mil pipas. Comparativamente com o ano passado o aumento é maior e ronda entre os 26 e os 36%.

No entanto, Rosa Amador ressalvou que 2016 foi um ano atípico, com uma quebra de produção acentuada devido aos ataques de míldio e ao granizo.

A produção declarada no Douro, na última vindima, foi de 211 mil pipas de vinho

A responsável referiu que 2017 está a ser um bom ano para a vinha, não se verificando ” problemas fitossanitários”.

“Os problemas este ano são mais ao nível da temperatura e da falta de água. Temos um ano quente e seco. A falta de água já se nota essencialmente no Cima Corgo e Douro Superior”, referiu.

Há cerca de 15 anos que a ADVID faz a medição do potencial hídrico e, segundo Rosa Amador, este ano é semelhante aos de 2002 e 2005, que “foram bastante quentes e secos”.

“A continuar assim, poderá ter repercussões no sentido da produção ser menor do que as previsões. As previsões são feitas com base no pólen, não estamos a fazer previsões de produção com ocorrências pós florais”, explicou.

Na semana passada, a queda de granizo afetou algumas localidades do Douro, como Fontes (Santa Marta de Penaguião), Barcos (Tabuaço) e a corda entre Sabrosa e Celeirós.

Nestes locais os prejuízos foram avultados, no entanto, segundo a diretora-geral da ADVID, para a contabilidade geral da região demarcada a quebra de produção não é muito significativa.

A próxima vindima poderá ser, também, antecipada. “Aqui hoje falou-se que, quem vai de férias em agosto, poderá ter de voltar, vamos ver”, salientou.

A responsável disse ainda que se prevê uma “vindima de qualidade”.

A ADVID advertiu que o resultado final da próxima vindima vai depender das condições climáticas que se registarem até setembro.

José Maria Soares Franco, da empresa Duoram Vinhos, que possui 130 hectares de vinha em Vila Nova de Foz Côa, no Douro Superior, frisou que este ano “está a correr bastante bem”.

“No ano passado tivemos o problema do granizo, mas este ano o ciclo vegetativo da videira tem corrido bastante bem. Temos bonitas e boas uvas, estão adiantadas, o ciclo está adiantado entre duas a três semanas, dependendo das castas. A vindima vai começar mais cedo”, salientou.

 

Paulo Costa é enólogo consultor e acompanha vinhas nas regiões do Baixo e Cima Corgo.

 

“Comparativamente com o ano passado, em termos fitossanitários as coisas correram muito bem, não houve problemas de míldio e oídio e isso, com certeza, que se vai repercutir na produção”, afirmou.

 

O enólogo disse ainda que se espera um “aumento significativo da produção”.

 

As previsões de vindima são um dos parâmetros avaliados pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) para definir o benefício, ou seja a quantidade de mosto que cada produtor pode transformar em vinho do Porto.

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