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Economia

CIP propõe abertura de escolas até ao 6.º ano, restaurantes e comércio ainda em março

No documento onde avança com uma proposta de desconfinamento em quatro fases, a CIP assinala que o “País e os portugueses atingiram um elevado nível de fadiga pandémica” e alerta que “Portugal não está a trabalhar mas os Portugueses não estão a ficar em casa”.

 

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal avançou esta terça-feira com uma proposta de abertura da economia portuguesa que contempla quatro fases e que passa pela reabertura, já a 15 de março, de jardins infantis, creches e ensino até ao 6º ano, cabeleireiros, livrarias e alfarrabistas.

A segunda fase começaria logo uma semana depois, com a “autorização do reinício da atividade de restauração e comércio a retalho até às 18h” a partir de 22 de março. A quarta e última fase arrancaria a 12 de abril, com a reabertura “das restantes atividades até às 18h”, sendo que antes, a partir de 5 de abril, seriam reabertos os museus, teatros, concertos, cinemas e e outros estabelecimentos e serviços (ver lista completa em baixo).

No documento onde avança com esta proposta, bem mais ambiciosa do que a avançada pelos especialistas na reunião do Infarmed, a CIP assinala que o “País e os portugueses atingiram um elevado nível de fadiga pandémica” e alerta que “Portugal não está a trabalhar mas os Portugueses não estão a ficar em casa”.

Porque a “retoma da atividade é vital para todos” e “está em causa a formação e desenvolvimento de mais de um milhão de crianças e jovens portugueses”, a CIP refere que “a atividade económica tem que retomar para mitigar os efeitos da crise e do desemprego”.

Antes de divulgar o seu plano de desconfinamento na quinta-feira, o Governo recebe amanhã as confederações sindicais e patronais para uma reunião de concertação social extraordinária. É no âmbito desta reunião que a CIP preparou esta proposta que apresentará ao executivo de António Costa, a quem pede “um plano de desconfinamento que permita a reabertura em segurança das diversas atividades e a estabilização das perspetivas para os cidadãos e os empresários”.

A CIP defende a reabertura gradual da atividade económica dos diferentes setores, baseada na construção de um modelo de confiança e responsabilidade com os portugueses, controlo da transmissão da infeção, com um programa de “teste-rastreio-isolamento”, orientações claras para o processo de desconfinamento e explicitação transparente da situação da vacinação contra a covid-19.

Alertando que esta “poderá não ser a última pandemia das nossas vidas” e que a realidade mostrou “que os países mais prósperos enfrentaram melhor a pandemia”, a CIP ressalva que “um confinamento cego e sem fim à vista pode levar-nos a uma vitória sobre a pandemia, mas obtida a um custo muitíssimo elevado, com prejuízos irreparáveis, havendo outras alternativas”.

Para Portugal ultrapassar o desafio da fase atual da pandemia “afigura-se verdadeiramente essencial que sejam tomadas medidas certeiras em termos de testagem direcionada e desconfinamento”.

Dado que grande parte das empresas em Portugal pode não ter condições para implementação direta de testes, para otimizar a testagem direcionada, a CIP deixa algumas sugestões, entre as quais a definição periódica do plano de testagem em cada concelho, de acordo com os níveis de risco e cadeias de transmissão conhecidas e definição das amostras a testar nas empresas e a venda livre ao consumidor final de testes de saliva.

“Para além da proteção sanitária conferida através da conquista de imunidade de grupo – objetivo cimeiro da vacinação -, consideramos que o Plano de Vacinação contra a covid-19 em Portugal deve contribuir para um desconfinamento eficaz e seguro. Não tenhamos dúvidas: para vencer esta batalha é necessário travá-la em duas frentes: na saúde e na economia”, refere.

 

 

A PROPOSTA DA CIP PARA O DESCONFINAMENTO  QUATRO FASES

 

Fase 1 – a partir de 15 de março
– Reabertura de jardins infantis, creches e ensino até ao 6º ano, cabeleireiros, livrarias e alfarrabistas.

Fase 2 – a partir de 22 de março
– Flexibilização das regras do teletrabalho de modo que, havendo acordo entre trabalhador e entidade empregadora e estando garantidos testes prévios, se possa retomar o trabalho presencial em condições de segurança;

– Autorização do reinício da atividade de restauração e comércio a retalho até às 18h, com definição de taxas máximas de ocupação e plano de testagem periódica seguida de imediata quarentena dos seus colaboradores, a definir pelas autoridades competentes;

Fase 3 – a partir de 5 de abril
– reabertura dos restantes graus de ensino
– reabertura de museus, galerias, jardins zoológicos e botânicos
– abertura de teatros, concertos, óperas e cinemas, com lugares marcados e limitados
– Reinício de desportos coletivos amadores ao ar livre em grupos de até 20 crianças de até 14 anos de idade

Fase 4 – a partir de 12 de abril
– Reinício das restantes atividades até às 18h, com definição de taxas máximas de ocupação e plano de testagem periódica seguida de colaboradores

 

 

Foto: Pedro Catarino

Fonte: Jornal de Negócios

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