“A sardinha, Sardina pilchardus, é uma das espécies mais reconhecidas pelos portugueses, sendo um símbolo da cultura popular e com um papel muito relevante na economia do país”, lê-se num comunicado do Oceanário de Lisboa. Como tal, justifica-se assim a entrada desta espécie: “A integração das sardinhas na exposição do oceanário pretende dar a conhecer esta espécie e sensibilizar para a importância das escolhas conscientes de cada indivíduo no que respeita ao consumo de pescado, contribuindo para o equilíbrio e para sustentabilidade da exploração dos recursos marinhos.”
Quem são então estes novos habitantes do oceanário, que podem ver-se neste vídeo? Têm um corpo alongado, azul ou verde no dorso e prateado no ventre. Depois, gostam de viver em grupo e formam grandes cardumes que se alimentam de plâncton, como microalgas, pequenos crustáceos e ovos de peixes. Os seus grupos distribuem-se no Atlântico Nordeste, desde o Mar do Norte até ao Mar Mediterrâneo. É durante o Verão e até meados no Outono que vão ganhando gordura e reproduzem-se nos meses a seguir.
É também em pleno Verão que a Sardina pilchardus está mais na costa portuguesa devido ao fenómeno de afloramento costeiro, em que existe uma subida das águas frias, mais profundas e ricas em nutrientes, para a superfície devido à nortada (regime de ventos). Há décadas que as sardinhas são muito pescadas em Portugal.
As suas populações, refere o comunicado, encontram-se num estatuto de conservação de “quase ameaçadas”, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), por isso existe um plano de gestão para pesca da sardinha. “Este plano inclui períodos de interdição e limites de captura. Esta espécie tem um tamanho mínimo legal de captura de 11 centímetros”, refere ainda o comunicado. Agora, pelo menos um cardume está seguro no Oceanário de Lisboa.