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Cultura

A Casa Fernando Pessoa, em Campo de Ourique, é um encontro com o poeta

A morada onde Fernando Pessoa viveu entre 1920 e 1935 pode ser visitada num espaço que cruza memória, literatura e leitura, no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa.

Entre o primeiro registo da caligrafia de Fernando Pessoa – que escreveu, aos seis anos, o aniversário de um amigo imaginário num livro da mãe – e a célebre frase “I know not what tomorrow will bring” (não sei o que o dia de amanhã trará), escrita já no quarto do hospital de São Luís dos Franceses onde veio a morrer na sequência de uma crise hepática, percorre-se, na Casa Fernando Pessoa, a vida e obra daquele que é considerado um dos maiores poetas portugueses do século XX.

Fernando Pessoa viveu os últimos 15 anos no 1.º Direito do número 16 da Rua Coelho da Rocha, em Campo de Ourique, na companhia da mãe e dos irmãos, quando estes regressaram definitivamente da África do Sul. Em boa hora, o município comprou e salvou o imóvel do abandono, abrindo ali a Casa Fernando Pessoa, em 1993. Após uma modernização profunda que incidiu sobre o edifício e o projeto museográfico, o museu reabriu no verão de 2020, com melhores valências.

 

A exposição inicia-se no terceiro piso, dedicado ao poeta-escritor e aos seus complexos heterónimos – mais de uma centena -, com destaque para Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis. É ali que estão a pintura original “Fernando Pessoa lendo Orpheu” que o modernista Almada Negreiros lhe ofereceu em 1954, e os famosos desenhos de Júlio Pomar. O segundo piso guarda o “coração da exposição”, nas palavras da diretora Clara Riso. Isto é, parte da biblioteca do poeta.

A viagem termina no piso do apartamento, com a planta original marcada no chão e objetos pessoais, peças de mobiliário e documentos que ajudam a contar a sua história de vida. Toda a experiência se reveste de uma grande acessibilidade física e intelectual, o que contribuiu, a par de outros fatores, para que a Casa Fernando Pessoa ganhasse o prémio de Melhor Museu Português 2021. As visitas são livres e guiadas todos os dias úteis às 16h e ao fim de semana às 11h e às 16h.

 

Foto: Paulo Spranger/GI

+ O que ver

Marionetas da Comédia de Dante
Exposição temporária

Em exposição estão 89 marionetas criadas a partir das personagens da obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri, no ano em que se assinalam 700 da morte do poeta. As marionetas foram construídas por Alberto Manguel, escritor, leitor e investigador de história da leitura e profundo conhecedor da obra de Dante – que Fernando Pessoa tinha na sua biblioteca pessoal. Fica patente até 22 de maio.

 

Foto: Paulo Spranger/GI

 

Biblioteca
A Casa Fernando Pessoa dispõe de uma biblioteca especializada em poesia mundial e na obra de Fernando Pessoa – com quase tudo o que foi escrito por e sobre o poeta, bem como livros traduzidos em mais de 30 línguas. O catálogo completo está disponível para consulta online. Nesta sala ampla e luminosa pode-se também trabalhar e estudar livremente, com acesso a wi-fi.

 

Foto: Paulo Spranger/GI

 

 

Flagrante Delitro
O nome deste restaurante/café cita a legenda de um retrato que Fernando Pessoa ofereceu a Ofélia Queiroz, a sua única namorada conhecida. A carta tem tábuas e petiscos e pratos como pataniscas de bacalhau, lombo de salmão grelhado e lombinhos de porco com presunto, além de sugestões de carne e peixe diárias e bebidas. Pode-se comer também numa esplanada e no terraço. Encerra domingo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto de Capa: Paulo Spranger/GI

Fonte: Evasões

 

 

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