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Cultura

O que tem a rua mais comercial de Barcelos?

A D. António Barroso é a rua mais comercial da cidade do galo e uma das mais antigas do centro histórico, onde o passado se cruza com o presente e tanto se descobrem lojas com história como as mais modernas montras.
Na placa toponímica, evoca-se o passado que ainda está bem vivo na memória dos barcelenses: a concorrida Rua D. António Barroso já foi, em tempos, Rua Direita, e é assim que continua a ser conhecida por todos, embora o nome seja agora apenas um parêntesis afixado na parede.

Fica entre os largos da Porta Nova e Dr. Martins Lima, entre a emblemática Torre Medieval e o Teatro Gil Vicente, respetivamente. E, apesar de não ser uma artéria longa, nela encontra-se um pouco de tudo: desde uma antiga retrosaria onde ainda se expõem artigos no exterior da loja, dependurados, até uma papelaria que conserva a decoração do passado, sem esquecer uma velha e inesperada loja de peças para automóveis e a icónica Garagem Aliança, a menina dos olhos do nonagenário Paulino Silva Gonçalves.

Ou uma casa de fotografia e algumas ourivesarias, outras das resistentes do comércio mais antigo que hoje partilham a rua com marcas multinacionais e aprazíveis locais para comer.

 

 

1 – Torre Medieval / Centro de Interpretação do Galo e da Cidade, Largo da Porta Nova

Também conhecida como Torre da Porta Nova, a torre medieval de Barcelos fez parte da muralha do século XV, sendo a única das suas três portas principais que chegou aos dias de hoje. Foi ainda designada por Torre do Cimo de Vila, por se situar no ponto mais alto da vila, e do topo, ao nível do quarto piso e a cerca de 20 metros do solo, tem-se uma panorâmica a 360 graus de Barcelos e do vale do Cávado. Classificada como Monumento Nacional em 1926, funcionou como cadeia desde o século XVII até 1932. Hoje, acolhe o Centro de Interpretação do Galo e da Cidade, com loja de artesanato e espaços para mostras temporárias, conferências, oficinas e atividades para os mais pequenos. A entrada é gratuita.
2 – Associação de Artesãos Galo, Largo Dr. José Novais, 13
É profusão de cores fortes, típica da cerâmica barcelense, aquilo que primeiro salta à vista. São milhares de peças, todas de artesãos da região, o que faz com que a loja seja “muito representativa daquilo que é o artesanato de Barcelos”, diz Manuel Pimenta, da associação. Ao fundo, uma pintura recorda a consagrada artesã Rosa Ramalho, retratada com as eternas argolas de ouro nas orelhas e lenço preto na cabeça, a envolver o rosto repuxado pelas rugas.
3 – Na Direita, 37
Entra-se e vê-se logo uma montra de gelados de fazer crescer água na boca: há sempre 16 sabores disponíveis, mas no verão são mais e variam ao longo do dia – com direito a caixas térmicas para levar gelados para casa. Com decoração arrojada, esta gelataria e pastelaria artesanal, como se intitula, abriu há três anos num espaço onde antes morou uma loja de eletrodomésticos e que foi totalmente remodelado por dois sócios barcelenses. Abre às 8h30 e encerra às 00h00. À sexta-feira e sábado fecha às 02h00.
4 – Avianense, 52
Os chocolates Avianense foram morar para a Rua Direita em meados de 2016, numa pequena loja onde cabem inúmeras tentações: dos emblemáticos bombons Imperador às famosas sombrinhas, há chocolates de todas as formas e feitios – até em formato de sardinha, dentro da respetiva lata -, e nem o velho “10 réis”, o chocolate que outrora era vendido a este preço, ficou esquecido. Aberto das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00. Encerra ao sábado à tarde e ao domingo.
5 – Garagem Aliança, 95
São a bicicleta e a motorizada, todas alinhadas, que prendem a atenção de quem passa na rua, entre montras de pronto-a-vestir, ourivesaria ou doçaria. Loja estreita, é por um corredor onde não faltam selins, rodas, capacetes à antiga, retrovisores, cestinhas para bicicletas e todo o tipo de acessórios que se chega ao balcão. Apesar dos 91 anos, Paulino Silva Gonçalves não falha um dia no estabelecimento onde começou a trabalhar com 23, como funcionário. Hoje, esse papel é de João Faria, que ali vende “tudo o que é ligado a bicicletas e motorizadas até 50 cm3” e ainda faz pequenos consertos na oficina ao fundo da loja ou encaminha para um restaurador.
6 – Casa das Natas, 100
Aberta há quase dois anos na Rua Direita, convida a sentar calmamente numa das mesas do amplo salão de chá para degustar uma – ou mais, quem sabe? – das cinco variedades de pastel de nata: além dos convencionais, fabricam ainda com açúcar e canela, só com canela, com chocolate e com amêndoa. Outra especialidade da casa é o pão-de-ló esquecido, que – garante-se ali – “é de comer e chorar por mais”. E há ainda o bolo de chocolate crocante. Aberto todos os dias. Encerra às 20h00.
7 – Teatro Gil Vicente, Largo Dr. Martins Lima
Do velho edifício inaugurado em julho de 1902 já só a fachada indica tratar-se de uma construção dos finais do século XIX, porque por volta de 2005 o interior foi totalmente remodelado e transformado num espaço onde apenas reinam linhas modernas. Reabriu em 2013, após ter estado encerrado 20 anos. Fica no final da rua, já no Largo Dr. Martins Lima, e é a casa de espectáculos mais antiga da cidade. Além da sala com cerca de 200 lugares, dispõe de um espaço de café-concerto e exposições temporárias.
Foto: Miguel Pereira/GI
Fonte: Evasões

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