O regresso do croissant: os novos e clássicos em Lisboa
Quase todos o associam a França, até porque a fama e o sotaque se devem ao país, mas as suas origens podem ter raiz em Viena. Estudiosos e publicações internacionais têm, ao longo dos anos, referido o croissant como uma derivação do vienense kipferl, cuja massa formava uma meia-lua, em alusão à bandeira do império otomano. A história ganha então várias versões: terá sido um aviso de um pasteleiro sobre um iminente ataque dos turcos em Viena? Terá sido a batalha ganha dos Habsburg em 1683? Ou a vinda da vienense Marie Antonieta para a corte parisiense que levou ao enraizamento da tradição e das viennoiseries em França?
Em Portugal a teoria mais popular estima que o produto tenha chegado ao país durante as invasões francesas, entre 1807 e 1811, uma ideia reforçada pelo gastrónomo e investigador Virgílio Gomes em entrevista à agência Lusa. Com o passar dos anos, os tipos de massas, as formas, os recheios e as coberturas foram-se diversificando consoante a procura do mercado, e hoje há croissants para todos os gostos.
A nova vaga de croissanterias chegou há cerca de cinco anos a várias zonas do país, carregando uma preocupação crescente sobre a qualidade dos ingredientes, os processos artesanais, e o cuidado na elaboração, transversal em várias áreas da gastronomia. Curiosamente, em Lisboa a oferta divide-se – massa folhada ou brioche -, enquanto que, na Invicta, a preferência recai sobre a última, com o chamado croissant à moda do Porto.
Não se sabe como a moda do croissant de massa brioche acabou por conquistar o paladar dos portuenses. A verdade é que não é fácil encontrar croissants franceses no Porto. De resto, é tudo uma questão de nome, porque, na verdade, a massa brioche é de origem francesa. Voilà!
8. Fábrica Lisboa, (Baixa) Lisboa