Museu do Azulejo, uma história com mais de 500 anos (com vídeo)
Lisboa é a cidade do azulejo. Em nenhum outro lugar do país existem tantos painéis, murais e até fachadas de edifícios (quase) totalmente revestidas com estas pequenas obras de arte.
E há um sítio onde podes conhecer toda a sua história, no Museu do Azulejo, claro.
O azulejo é um dos maiores símbolos de Portugal, sendo Lisboa o seu expoente máximo de representação por ser o local do país onde podes ver com maior frequência todas as suas cores, padrões e desenhos, refletindo muitas vezes a história da cidade e do próprio país.
Há um sítio em Lisboa onde podes conhecer um pouco mais sobre estas pequenas peças de arte que, quando se “juntam”, são capazes de contar histórias centenárias.
No Museu do Azulejo, facilmente vais perceber que uma só peça, apenas um quadrado isolado, é incapaz de contar uma história. É preciso ter o painel completo para que a mensagem seja compreendida na sua totalidade, para que seja inserida dentro do contexto certo.
Muito visitado por turistas estrangeiros (o número médio de portugueses que visitam este local é bastante reduzido), o Museu do Azulejo tem uma importância extrema para a cultura e património do país.
Muitas vezes “tratado” como peça decorativa, como são exemplos os azulejos azuis e brancos que muitas vezes vês nas fachadas de alguns edifícios, o azulejo é na verdade uma pequena obra de arte que ao longo de séculos conseguiu impor-se como parte fulcral de qualquer projeto de arquitetura nacional e até mesmo além fronteiras.
Um pouco de história
O Museu do Azulejo está atualmente instalado no antigo Convento da Madre Deus, fundado em 1509 pela Rainha D. Leonor, e apresenta toda a história do azulejo em Portugal desde a segunda metade do século XV até aos dias de hoje.
O atual edifício já sofreu várias obras de melhoramento e ampliação, aumentando assim a sua área de exposição e a consequente mostra de novos trabalhos e achados. Uma das grandes missões do Museu do Azulejo é precisamente esta, de recolher, conservar, analisar e divulgar exemplares representativos da evolução desta peça de arte em Portugal.
Muito próximo do rio Tejo e da estação de Santa Apolónia, o Museu do Azulejo pretende ainda ser uma chamada de atenção constante para a difusão e reconhecimento desta expressão artística da cultura portuguesa no mundo.
Curiosidades e números
O Museu do Azulejo recebe em média duas exposições temporárias por ano. A exposição permanente é renovada ao longo dos anos, nomeadamente as salas dedicadas à azulejaria do século XVI, XVII, e XVIII, e a Sala de D. Manuel.
Com um acervo de mais de 300 mil azulejos, o número médio de visitantes por ano tem vindo a crescer nos últimos anos, nomeadamente por parte de quem visita o nosso país. Assim, dos quase 133 mil visitantes (22 mil nacionais e 111 estrangeiros) recebidos em 2015, o Museu do Azulejo passou para quase 215 mil visitantes em 2018, sendo que 25.648 foram portugueses e 193.771 estrangeiros.
A grande peça
O Museu do Azulejo possui painéis de grande valor, muitos deles ainda em fase de investigação e montagem. Mas há um que se destaca claramente dos restantes, o Grande Panorama de Lisboa.
É bem capaz que passes aqui a maior parte da tua visita ao Museu do Azulejo. Datado de 1700, trata-se de um painel com uma extensão de 23 metros de comprimento que ilustra muito bem como seria a cidade de Lisboa antes do Terramoto de 1755.
Atribuído por José Meco a Gabriel del Barco, julga-se que este painel terá feito parte do Palácio dos Condes de Tentúgal, instalado sem grandes cuidados entre portas e janelas e com uma perspetiva de visão mais rebaixada do que aquela que poderás apreciar no Museu do Azulejo, que atualmente está à altura da cintura.
Como chegar ao Museu do Azulejo
O museu está aberto de terça a domingo das 10h às 18h (última entrada às 17h30) e tem o custo de 5€ por entrada, sendo que no primeiro domingo de cada mês a entrada é gratuita entre as 10h e as 14h para todos os residentes em território nacional.
Fica situado na Rua da Madre de Deus, 4, e em frente ao edifício podes encontrar os autocarros 718, 742 e 759. A 20 minutos a pé do museu fica a estação de comboios de Santa Apolónia e a respetiva estação de metro.
Foto de capa: Valter Leandro
Fonte: Lisboa Secreta