Lisboa desce no ranking das cidades mais caras do Mundo
Lisboa desce 3 posições no ranking das cidades mais caras do Mundo, encontrando-se agora na 137ª posição e contrariando a tendência verificada no ano passado
Luanda volta a ser considerada a cidade mais cara do Mundo; Zurique continua a ser a cidade europeia mais cara, encontrando-se no 4º lugar do ranking, caindo uma posição relativamente ao ano passado; no Top 5 das cidades mais caras encontramos 3 cidades asiáticas: Hong Kong (2), Tóquio (3) e Singapura (5); África, Ásia e Europa dominam a lista das localizações mais caras para expatriados; o preço de arrendamento em Lisboa de um T3 ronda os 2000€ e em Luanda os 12.000€; ir ao cinema em Londres custa quase três vezes mais do que em Lisboa; um café em Hong Kong pode custar mais de 7€.
Num Mundo em rápida mudança, a mobilidade tornou-se um elemento chave para a estratégia global de gestão e retenção de talento das multinacionais. Para apoiar o crescente número de colaboradores expatriados que são destacados para um número cada vez maior de localizações, as organizações centram-se na avaliação das missões internacionais sob uma perspetiva cultural, preparando-se para movimentações regionais e alterando simultaneamente as políticas de compensação para se manterem competitivas. Ao mesmo tempo que as organizações enfrentam estes desafios, esforçam-se para satisfazer as necessidades da sua força de trabalho e para apoiar a carreira dos seus colaboradores. De acordo com o Estudo da Mercer – 2017 Global Talent Trends, salários justos e competitivos, bem como oportunidades de promoção estão no topo das prioridades dos colaboradores este ano – uma conclusão que decorre do atual clima de incerteza e de mudança.
Como resultado, as multinacionais estão cuidadosamente a avaliar os custos dos pacotes de expatriados para os seus colaboradores internacionais. O 23º estudo anual da Mercer – Cost of Living – revela que fatores como a instabilidade dos mercados imobiliários e a inflação de bens e serviços contribuem para o custo total das expatriações no atual ambiente global.
“A globalização dos mercados está a ser cada vez mais monitorizada com um número crescente de empresas a promoverem uma estratégia assente na mobilidade internacional dos seus colaboradores para promover a experiência de futuros gestores”, refere Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal. “Existem inúmeras vantagens em enviar colaboradores para o estrangeiro, independentemente de se tratar de missões de longa ou de curta duração, incluindo desenvolvimento de carreira através de uma experiência global, criação e transferência de competências e realocação de recursos.”
De acordo com o 23º estudo global sobre o Custo de Vida de 2017 da Mercer (Cost of Living Survey), Lisboa desceu três posições no ranking, passando da 134ª posição em 2016, para o 137º lugar este ano, permanecendo como uma cidade relativamente pouco dispendiosa para expatriados a nível global.
Segundo o mesmo estudo, as cidades asiáticas e europeias – particularmente Hong Kong (2), Tóquio (3), Zurique (4), e Singapura (5) – lideram a lista das cidades mais caras para expatriados.
A cidade mais cara, devido ao preço dos bens e à segurança, é Luanda, a capital de Angola. As outras cidades que fazem parte do top 10 do estudo da Mercer são Seul (6), Genebra (7), Xangai (8), Nova Iorque (9), e Berna (10). As cidades menos caras para os expatriados, de acordo com o estudo da Mercer, são: Tunis (209), Bishkek (208), e Skopje (206).
O estudo da Mercer é um dos mais abrangentes a nível mundial e foi especificamente desenhado para ajudar as empresas, as organizações e os governos a definirem os subsídios de remuneração para os seus colaboradores expatriados. Os movimentos cambiais têm como referência o dólar norte-americano. O estudo inclui 209 cidades de cinco continentes e determina o custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluindo alojamento, transporte, comida, roupa, bens domésticos e entretenimento.
“Apesar de historicamente a mobilidade, a gestão de talento e a compensação serem geridas de forma independente, as organizações estão a adotar atualmente uma abordagem mais holística para melhorarem as suas estratégias de mobilidade. É importante garantir a competitividade da compensação em processos de expatriamento e, por isso, as políticas de mobilidade devem ser determinadas com base no custo de vida, na moeda e na localização”, comenta Diogo Alarcão.
As Américas
As cidades norte-americanas são os locais mais caros do continente Americano, com Nova Iorque (9) a liderar a tabela das cidades mais caras, subindo dois lugares neste ranking face ao ano passado. Seguem-se São Francisco (22) e Los Angeles (24), que subiram quatro e três lugares, respetivamente. Entre as restantes maiores cidades dos EUA, Chicago (32) subiu duas posições, Boston (51) caiu quatro lugares, e Seattle subiu sete posições. Portland (115) e Winston Salem (140) mantêm-se como as cidades menos caras desta avaliação para expatriados nos EUA.
Tiago Borges, Business Leader de Career da Mercer Portugal, adianta que, “No global, as cidades dos EUA ou se mantêm estáveis nesta tabela ou aumentaram ligeiramente a sua posição, devido à apreciação do dólar face a maioria das moedas de todo o Mundo.”
Na América do Sul, as cidades brasileiras de São Paulo (27) e do Rio de Janeiro (56) aumentaram cerca de 100 posições no ranking, respetivamente, devido à subida do real face ao dólar norte-americano. Buenos Aires, a capital da Argentina, ocupa a 40ª posição, seguida por Santiago (67) e Montevidéu, Uruguai (65), que subiram quarenta e um e cinquenta e quatro lugares no ranking, respetivamente. Entre as outras cidades da América do Sul que entraram na lista das cidades mais caras para expatriados, destaque para Lima (104) e Havana (151). Caindo da 94ª posição, San Jose, Costa Rica (110) foi a cidade que registou a maior descida na região, pelo facto de o dólar ter subido face ao cólon da Costa Rica. Caracas, na Venezuela, foi excluída do ranking devido à complexa situação monetária.
“As pressões inflacionistas levaram à subida de algumas cidades da América do Sul no ranking, enquanto o enfraquecimento das moedas locais em algumas cidades da região fez com que estas caíssem na lista”, refere Tiago Borges.
Trinta e cinco lugares acima da posição conseguida o ano passado, Vancouver (107) ultrapassou Toronto (119) para se tornar a cidade mais cara do Canadá neste ranking, seguida de Montreal (129) e Calgary (143). Em 152º lugar, Otava é a cidade menos dispendiosa do Canadá. “O dólar canadiano valorizou e deu origem a algumas subidas no ranking deste ano”, explica Tiago Borges.
Europa, Médio oriente e África
Apenas três cidades suíças permanecem na lista das 10 cidades mais caras para expatriados. Zurique (4) permanece a cidade europeia mais cara deste ranking, seguida por Genebra (7) e Berna (10). Moscovo (14) e São Petersburgo (36) subiram cinquenta e três e cento e dezasseis lugares face ao ano passado, respetivamente, devido à forte valorização do rublo em relação ao dólar e ao custo de bens e serviços. Entretanto, Londres (30), Aberdeen (146) e Birmingham (147) caíram treze, sessenta e um e cinquenta e um lugares, respetivamente, como resultado do enfraquecimento da libra face ao dólar norte-americano, após o Brexit. Copenhaga (28) caiu quatro lugares de 24 para 28. Oslo (46) subiu treze posições face ao ano passado, e Paris caiu dezoito lugares fixando-se na 62ª posição.
Houve mais cidades da Europa Ocidental a caírem neste ranking, maioritariamente devido ao enfraquecimento das moedas locais face ao dólar dos EUA. É o caso de Viena (78) e Roma (80) que desceram da 24ª e 22ª posições, respetivamente. As cidades alemãs de Munique (98), Frankfurt (117), e Berlim (120) registaram quedas significativas, bem como Dusseldorf (122) e Hamburgo (125).
“Apesar dos aumentos moderados dos preços na maioria das cidades europeias, as moedas europeias desvalorizaram face ao dólar dos EUA, o que levou à descida da maioria das cidades da Europa Ocidental neste ranking”, acrescenta Tiago Borges. “Além disto, existiram outros fatores que influenciaram estas cidades, como a economia da Zona Euro.”
Como resultado da depreciação de moedas locais face ao dólar dos EUA, algumas cidades da Europa Oriental e Central, incluindo Praga (132) e Budapeste (176) caíram no ranking, enquanto Minsk (200) e Kiev (163) subiram quatro e treze pontos, respetivamente, apesar dos valores de alojamento estáveis nesses locais.
No 17º lugar do ranking, Tel Aviv subiu duas posições face ao ano passado e continua a revelar-se a cidade mais cara do Médio Oriente para expatriados, seguida pelo Dubai (20), Abu Dabi (23) e Riade (52), que também subiram posições na tabela deste ano. Jidá (117), Mascate (92), e Doa (81) estão entre as cidades mais acessíveis da região. Cairo (183) é a cidade menos dispendiosa da região, tendo caído noventa e duas posições, comparativamente ao ano passado, após uma grande desvalorização da moeda local.
“A decisão do Egito de permitir a flutuação livre da sua moeda em troca de um empréstimo de 12 mil milhões de dólares durante três anos para reforçar a sua economia resultou numa grande desvalorização da Libra Egípcia – mais de 100% face ao dólar norte-americano – empurrando a cidade do Cairo para o fundo do ranking”, refere Tiago Borges.
São ainda algumas as cidades africanas que mantêm um lugar de destaque no estudo deste ano, refletindo o elevado custo de vida e dos bens para os colaboradores expatriados. Luanda (1) ocupa o primeiro lugar deste ranking, não só como a cidade mais cara de todo o continente africano para os expatriados, mas também de todo o Mundo, apesar da desvalorização da sua moeda face ao dólar dos EUA. Logo a seguir a Luanda surge Vitória (14), Djamena (16) e Kinshasa (18). A cidade de Tunis cai seis pontos para o 209º lugar, revelando ser a cidade menos dispendiosa da região e no geral.
Ásia Pacífico
Cinco das 10 principais cidades do ranking deste ano são asiáticas. Hong Kong (2) é a cidade mais cara, graças ao facto de a sua moeda estar indexada ao dólar norte-americano, o que elevou o custo do alojamento local. Segue-se a este centro financeiro global, Tóquio (3), Singapura (5), Seul (6) e Xangai (8).
“A valorização do iene japonês, o elevado custo dos bens de consumo e o mercado imobiliário dinâmico, levou as cidades japonesas a subirem neste ranking”, comenta Tiago Borges. “No entanto, a maioria das cidades chinesas caiu no ranking devido à desvalorização do yuan chinês face ao dólar dos EUA.”
Todas as cidades australianas registaram uma subida no ranking mundial face ao ano passado devido à valorização do dólar australiano. Sidney (25), a cidade mais cara da Austrália para expatriados, subiu dezassete lugares no ranking, juntamente com Melbourne (46) e Perth (50), que subiram vinte e cinco e dezasseis lugares, respetivamente.
A cidade mais cara da Índia, Mumbai (57), escalou vinte e cinco lugares no ranking devido ao seu rápido crescimento económico, à inflação de bens e serviços e ao facto de a Índia ter uma moeda estável face ao dólar. Logo a seguir à cidade mais populosa da Índia surge Nova Deli (99) e Chennai (135), que subiram trinta e um e vinte e três lugares neste ranking, respetivamente. Bangalore (166) e Calcutá (184), são as cidades indianas menos caras, mas ainda assim subiram também no ranking.
Entre as restantes cidades asiáticas, destaque para Banguecoque (67) que subiu sete lugares face ao ano passado. Jacarta (88) e Hanói (100) também escalaram cinco e seis lugares neste ranking, respetivamente. Carachi (201) e Bisqueque (208) mantêm-se como as cidades menos dispendiosas da região para expatriados.
A Mercer desenvolve estudos individuais referentes ao custo de vida e ao custo de arrendamento para cada uma das cidades analisadas. Para mais informações sobre os rankings das cidades visite o site www.mercer.com/col. Para adquirir cópias de relatórios e cidades específicas fale connosco mercer.pt ou através do número +351 21 311 37 75.
Fonte: Mercer/AICEP