Em Mafra há uma das bibliotecas mais bonitas de Portugal
Uma biblioteca não é apenas um depósito de livros. Podem ser belíssimos locais, repletos de história e de encanto. Por todo o país existem lindas bibliotecas de cortar a respiração. Algumas foram construídas por Reis, outras foram construídas por particulares. Dentro delas conserva-se conhecimento e sabedoria e hoje são visitadas por milhões de pessoas todos os anos.
Na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra estão guardados livros que são exemplares únicos e raros do saber produzido no ocidente entre os séculos XV a XIX. Considerada uma das mais belas do mundo, esta biblioteca nasceu no reinado de D. João V, o rei que privilegiava a cultura e o saber. A maior sala do convento de Mafra está forrada com mais de 40 mil livros, arrumados e alinhados nas estantes em estilo rococó.
Encadernações em couro, gravadas a ouro, dizem-nos que não são livros comuns, que estamos perante objectos valiosos, em cujas páginas se condensam séculos de conhecimento, cultura e sabedoria. Numerosas obras foram encomendadas por D. João V, porque o rei queria concentrar neste palácio, que lhe era muito especial, o que de melhor se imprimia no reino e no estrangeiro. Da autoria do arquitecto Manuel Clemente de Sousa, a biblioteca com 88 metros de comprimento e uma planta em cruz, tem um pouco de tudo: obras de medicina, filosofia, literatura, direito, gramáticas e dicionários, enciclopédias de costumes, livros de viagens. Na ala mais a sul estão os temas religiosos, e a norte, no lado oposto, arrumam-se os profanos das ciências puras.
Exemplares únicos ou de grande raridade são manuseados com mil cuidados, como é o caso da primeira edição do Alcorão de 1543, da Bíblia poliglota de 1514 ou ainda de uma primeira edição de “Os Lusíadas”. Já a preservação destas obras antiquíssimas está a cargo de um exército de minúsculos morcegos que, durante a noite, caçam os insetos que comem papel, tinta e cola.
Fonte: Mundo Português