Consumidores portugueses “estão a comprar melhor”
O diretor-geral da Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca disse hoje à Lusa que os consumidores portugueses “estão a comprar melhor” e que 2017 “muito dificilmente será melhor do que 2016”.
Pedro Pimentel falava à Lusa a propósito das principais conclusões da terceira edição do ‘Marcas+Consumidores’ que foi hoje apresentado no Deloitte Hub, em Lisboa.
“Os consumidores estão a escolher gamas mais altas” de produtos, disse, acrescentando que “o consumidor está a comprar melhor”.
De acordo com os dados da Centromarca, o mercado de produtos de grande consumo (FMCG) registou um decréscimo de cerca de 1,0% em volume e um aumento de 2,1% em valor nos últimos três meses do ano passado, o que aponta para que os portugueses estejam a comprar menos quantidade, mas a gastar mais a cada ida ao hipermercado.
“O consumo no final de 2016 foi bastante positivo”, acrescentou o diretor-geral, salientando que “os primeiros dados de 2017 apontam para alguma euforia do consumo”, uma tendência que já vinha desde o verão do ano passado.
No entanto, “2017 dificilmente será muito melhor que 2016”, considerou, já que o ano passado foi caracterizado por ter tido eventos desportivos e um verão quente.
Pedro Pimentel destacou ainda que a distribuição (hipermercados) tem vindo a dar atenção especial aos produtos têxteis, à área da saúde e da cosmética e higiene pessoal.
O diretor-geral destacou que “a evolução da distribuição em áreas que não eram tradicionais é uma tendência” e apontou como exemplo o facto do Lidl “ter entrado em força no têxtil, [o que] obrigou todas as cadeias a dar a atenção” a esta área.
O universo de bens de grande consumo continua positivo, mas “menos dinâmico do que há um ano, em parte pela menor quantidade de produtos comprados a cada ida ao hipermercado, que tem impedido o crescimento do setor”, refere a Centromarca.
Os dados apontam ainda que os consumidores, nomeadamente na faixa até aos 34 anos, “estão mais atentos à inovação e querem mais conveniência quando se deslocam aos hipermercados”. Os novos produtos representam em Portugal 14% do sortido, acima da média europeia de 10%.
Pedro Pimentel destacou também que, com base nos dados de um estudo comparativo da realidade de diferentes mercados na Europa, entre 2012 e 2015, e ao contrário do que acontece no mercado português, “verifica-se uma tendência de crescimento da marca de distribuição”.
Desde 2012, Portugal tem vindo a registar um “decréscimo regular” na quota de mercado da marca de distribuição na ordem dos 12%, ao contrário de mercados como o alemão (+9%) ou espanhol (+2%), segundo a Centromarca.
Fonte: noticias ao minuto