Açores preparam manual de procedimentos para o turismo
As autoridades de saúde dos Açores estão a “articular com a Direção Regional do Turismo” a criação de “manuais de procedimentos” que garantam a “segurança em todos os estabelecimentos” da região durante a pandemia de covid-19.
Segundo adiantou Gustavo Tato Borges, coordenador da Comissão Especial de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia de Covid-19 dos Açores, as autoridades de saúde da região estão já “a articular com a Direção Regional de Turismo, de maneira a que haja manuais de procedimentos para as unidades hoteleiras, para as piscinas, para os parques de campismo, para todas as situações onde possam vir a estar presentes turistas”.
A ideia é garantir que os turistas “possam estar em segurança em todos os estabelecimentos”, esclareceu.
Tato Borges falava dia 22 na conferência de imprensa semanal de acompanhamento da situação epidemiológica dos Açores, em que esteve também presente o diretor regional da Saúde, Berto Cabral.
O diretor regional aproveitou a oportunidade para reiterar que as medidas anunciadas para o fim do estado de emergência não significam que “deixará de ser feito teste à chegada à Região Autónoma dos Açores”.
“A questão que se coloca é que, legalmente, a região não pode obrigar o teste na origem, mas não deixará de o exigir à chegada”, concretizou.
Berto Cabral respondeu ainda a críticas à medida avançada pelo Governo Regional, que prevê a atribuição de incentivos a viajantes que cheguem à região com um teste negativo feito previamente, no valor de 35 euros para quem viaje a partir de Portugal, e de 50 euros para quem venha do estrangeiro.
“O incentivo é dado, não aos turistas no sentido de virem para cá, é dado o incentivo para que as pessoas façam o teste antes de virem para cá”, clarificou o responsável pela Autoridade de Saúde regional.
Também Gustavo Tato Borges afirmou que “seria desejável, seria ideal, que só pudessem viajar para a região pessoas que tivessem teste negativo”.
O responsável pela Comissão de Acompanhamento à pandemia acredita que, “em princípio, vai ser possível equilibrar a vinda dos turistas com a manutenção do risco baixo para a Região Autónoma dos Açores”.
Sobre a possibilidade da implementação de um corredor verde na região para passageiros que viajem a partir de zonas onde a imunidade de grupo já tenha sido atingida, Tato Borges adiantou que “aquilo que está definido é que apenas no dia 10 de junho será implementado este certificado”.
O responsável salientou ainda que “a informação transmitida, quer pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, quer pela Comissão Europeia” indica que o “certificado de vacinação não implica, necessariamente, que uma pessoa entre diretamente num determinado local – país, região, seja o quer for – sem haver necessidade de fazer teste”.
Os Açores teve quinta-feira 306 casos positivos ativos, sendo 291 em São Miguel, sete na Terceira, sete em Santa Maria e um nas Flores.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados 4.755 casos positivos de covid-19 nos Açores, tendo recuperado da doença 4.298 pessoas e falecido 31.
A ilha de São Miguel mantém-se em alto risco de contágio, continuando em vigor todas as medidas de contenção para este nível, nomeadamente o recolher obrigatório entre as 20:00 as 05:00 durante a semana, e entre as 15:00 e as 05:00 ao fim de semana.
As autoridades regionais dos Açores e da Madeira divulgam diariamente os seus dados em relação à pandemia, que podem não coincidir com a informação divulgada no boletim da Direção-Geral da Saúde.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.060.859 mortos no mundo, resultantes de mais de 143,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.956 pessoas dos 832.891 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Fonte: Mundo Lusíada