10 pizarias no Porto para conhecer no Dia Mundial da Piza
Pelo Porto, há muitos e distintos exemplares para provar. Massa fina e estaladiça, mais alta e fofa, cobertas com diferentes queijos, da clássica Margherita a exemplares luxuosos com trufas e foie gras. Todas igualmente apetecíveis, para que a única discussão à mesa seja entre os que a comem à mão ou de faca e garfo.
Pizzeria Pulcinella
O clã Mezzero tem já um percurso digno de menção na cidade do Porto. A família de sete irmãos que viajou de Nápoles para a Alemanha e, depois, para Portugal, conta já com vários restaurantes sob a sua alçada. Antonio Mezzero, que nutre uma paixão fervoroso por pizas, assentou em Matosinhos, na Pulcinella. É um verdadeiro embaixador da especialidade. Não só conquistou para o seu restaurante o certificado que comprova que ali se faz e prova a verdadeira piza napolitana, como é, por exemplo, um dos organizadores do Campeonato Português de Pizza.
No forno tricolor que ocupa grande parte da cozinha, são feitas as sete variedades de pizas, sem grandes invenções ou truques. Para uma viagem às raízes, recomenda-se a margherita clássica, de massa coberta apenas com molho de tomate e mozarela, embora opções como a Il Padrino – com tomate, mozarela, cogumelos frescos, salame picante, fiambre e parmesão – ou a Crudo e Rucola – tomate, mozarela, rúcula, presunto de Parma e parmesão – não devam ser subestimadas.
Forneria São Pedro
Está longe de ser um puro restaurante italiano. Na carta, os petiscos portugueses (e não só) misturam-se com as focaccias e, inevitavelmente, as pizas. E já que a massa está ali à mão, ela é usada para preparar algumas especialidades como o hambúrguer, a francesinha e o cachorro no forno – todos envoltos na massa especial da casa. A vista panorâmica sobre o Douro é outro dos trunfos do espaço de Vila Nova de Gaia.
Il Fornaio 178
O forno pesa duas toneladas e meia e é a peça central do restaurante cuja carta foi criada por Pedro Braga, antigo chef do Reitoria e do Tenra. Entre as várias especialidades que não são fáceis de encontrar noutros espaços de cozinha italiana da cidade, destacam-se os arancini, pequenos roquetes de risoto com cogumelos e Provolone, ou a parmigiana di melanzane, que é como quem diz um gratinado de beringela com tomate.
As estrelas da carta, porém, são as pizas napolitanas, preparadas no momento e confecionadas no forno de lenha que veio diretamente de Itália, sob a assinatura de Stefano Ferrara, empresa especializada na construção destas peças que emprestam um sabor característico a tudo o que lá é cozinhado. Sejam pizzas clássicas como a Margherita ou a Capricciosa, ou combinações da casa como a Tartufo ou a Pancetta.
Sapore d’Italia
As pizas começaram a ir ao forno de lenha de forma discreta em 2015. João Costa, o pizzaiolo e dono do Sapore d’Italia investiu todo o esforço na cozinha e deixou a publicidade correr de boca em boca. Subiu a pulso e em poucos anos passou de estafeta a guardião do segredo que faz da massa das suas pizas alvo de rasgados elogios, de clientes e de outros mestres do ofício, como sucedeu na primeira edição do Campeonato Nacional de Pizza – competição onde planeia voltar em 2017, «desta vez para vencer», explica. O forno de tijolo, como se impõe, foi mandado fazer de propósito para o espaço na rua Alexandre Herculano. É ali que, a partir das 19h00, se acendem as brasas para confecionar as pizas de massa fina e fofa, para comer no local ou levar para casa.
Se o segredo está na massa não fazia sentido usá-la apenas para as pizas. Foi graças a este ingrediente, feito com farinha vinda de Itália, e a um par de outros truques que o pizzaiolo se escusa a revelar, que nasceu o pão de alho especial da casa, que disputa com as pizas o coração e o palato dos clientes. A massa é recheada com uma pasta especial de alho e queijo, enrolada e cortada em pequenos pedaços que se comem em duas trincas. Ingredientes frescos, cortados no dia, é tudo o que João se permite a revelar. Nem o resto da equipa conhece a fórmula secreta desta pizaria que é, ainda, um dos recantos escondidos da cidade.
Bocca
É entre palmeiras, a curta distância do Douro e no interior do edifício envidraçado onde antes funcionava a cervejaria Portugália, que desde o verão passado é possível conhecer o Bocca, um espaço de inspiração italiana cuja carta disponibiliza petiscos de todo o mundo. Fruto de uma parceria de três sócios com percursos mais e menos ligados à restauração – e onde constam nomes como o Al Forno ou o D’Oliva -, o restaurante abarca um conceito de trattoria mais alargado. No centro da sala avista-se facilmente o enorme forno de lenha onde as pizas são preparadas à vista dos clientes. Uma vista que disputa com as águas do rio a atenção dos clientes. Assume-se como um espaço para todo o tipo de clientes, dos casais às famílias, e por isso opta também por uma maior variedade ao nível de opções da ementa, que junta às pizas outros pratos mais elaborados, dos ceviches aos tártaros, passando pelo chuletón ou o rosbife.
Portarossa
Foi atrás da porta vermelha onde em tempos funcionou o restaurante Corte Real que Vasco Mourão instalou mais um dos seus projetos na Foz – um conjunto que conta com nomes como Cafeína, Terra e Casa Vasco. Para não variar, o chef responsável é o chileno Camilo Jaña, que desenhou uma carta de inspiração italiana, onde brilham as pizas e as pastas, entre focaccias, crostinis e sobremesas de fazer crescer água na boca.
Fornalha
Criado por um brasileiro de raízes portuguesas que decidiu viajar até ao Cabo do Mundo para abrir o seu negócio, o Fornalha tem apenas dois focos: pizas e grelhados. Embora o nome possa indicar o contrário, a viagem faz-se apenas até Perafita, a poucos metros do areal das largas praias da zona. Foi ali que em setembro se montaram os primeiros fornos, mas também as grelhas onde se preparam as outras especialidades da casa, a carne e o peixe grelhado. A versão brasileira da receita napolitana assenta numa variedade diferente de mozarela, mais gorda e elástica do que a italiana, combinada numa montagem da piza também ela mais volumosa e bem recheada. E porque nenhum brasileiro que se preze olha de soslaio para um bom naco de carne, eles lá estão presentes, em cortes nobres como lombo de novilho, t-bone ou tomahawk.
Grigio
Um dos novos fornos da cidade impôs-se na rua do Almada e os seus tons cinzas dão também o mote ao nome deste espaço de cozinha mediterrânica. Grigio, ou cinzento em italiano, é um restaurante para todos os gostos, do peixe ao marisco, passando pelas carnes e inevitáveis pizas, confecionadas junto das brasas.
Das quase duas dezenas de pizas que constam da carta, estão em maioria as versões clássicas, sem que retirem espaço a combinações mais arriscadas e inovadores. É o caso da piza de bacalhau, com natas, mozarela, cebola e azeitonas, mas também da que chega à mesa recheada de carne de lombo do cachaço, rúcula e mozarela. Longe do forno mas sempre dentro do conceito, estão as restantes especialidades da casa: o bacalhau Grigio, confitado em cebola de pimentos, maionese de coentros e creme de batata, ou o osso bucco trufado.
Don Pizzi
Pedro Pereira viveu em Nápoles durante 18 anos e trouxe a inspiração da verdadeira piza napolitana até Leça da Palmeira, onde abriu o restaurante Don Pizi no início de 2016, em conjunto com outro sócio. O cuidado e dedicação emprestado à confeção da massa usada para fazer as pizas é replicada nas outras especialidades italianas que se encontram na carta. Há risoto, bruschetta tradicional, carpaccio de bresaola e rúcula, pagnottiello – um pão de piza com fiambre, mozarela de búfala e tomate cherry – gnocchi e pastas frescas. Porém, será difícil passar ao lado das pizas feitas no forno a lenha, assentes nas receitas clássicas da Margherita, da Prosciutto e Funghi ou da Diavola.
Casa d’Oro
Pendurado sobre o Douro e emoldurado pela ponte da Arrábida, poucas pizarias têm a vista soberba da Casa d’Oro, restaurante que pertence aos mesmos donos do famoso Casanostra, em Lisboa. No piso inferior do edifício, mora o restaurante de decoração mais cuidada e formal. Logo acima, a pizaria, despretensiosa e de ambiente relaxado e colorido, onde se servem as pizas de massa fina acabadas de sair do forno. Em dias quentes de verão (ou de inverno), o terraço é o local mais requisitado e a explicação está à vista.