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Turismo

Montalegre lança nova rota pedestre por lagares rupestres

Uma nova rota dos lagares rupestres foi inaugurada este sábado em Vilar de Perdizes, pela autarquia de Montalegre. Percurso pedestre tem cinco quilómetros e dá a conhecer as estruturas escavadas na rocha onde antigamente se fazia o vinho.

A Câmara de Montalegre inaugurou no sábado a rota dos lagares rupestres, na freguesia de Vilar de Perdizes, para dar a conhecer as estruturas escavadas na rocha onde antigamente se fazia o vinho. O percurso paisagístico e cultural tem 5,5 quilómetros, com início e término junto à capela de Santa Marinha e percorre caminhos agrícolas, com desvios que permitem a visita aos lagares escavados na rocha.

Trata-se de um percurso pedestre de pequena rota, marcado nos dois sentidos segundo as normas da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, que tem a duração aproximada de duas horas e grau de dificuldade baixo. A autarquia do distrito de Vila Real disse, em comunicado, que em Vilar de Perdizes se encontra “um considerável número de lagares escavados na rocha, conferindo a esta freguesia uma característica peculiar que a diferencia do restante concelho”.

“Mas não são apenas os vestígios de lagares que documentam a produção de vinho neste pedaço do concelho. Merece igualmente destaque a existência de um podão (instrumento em forma de faca semicircular) gravado num afloramento da calçada de Santa Marinha, que representa a faca de vindima que o vindimador usava para auxiliar no corte dos cachos, a falcata vineatica”, referiu o município.

 

Percurso sinalizado tem duração de cerca de duas horas. (Fotos: Município de Montalegre)

 

E embora o cultivo da vinha e a produção de vinho “tenham tido um papel marcante nesta zona geográfica”, o que dela resta são apenas vestígios, acrescentou. Atualmente, neste concelho há apenas um projeto ligado à produção de vinho na aldeia de Donões, onde está a nascer a “vinha mais alta” de Portugal.

Os lagares rupestres são “estruturas constituídas por uma área de pisa da uva pelo pé humano, ou calcatorium, onde se forma o mosto proveniente da uva que escorre através de uma bica ou orifício, sendo recolhido por vasilhame ou depositado na lagareta ou lacus, quando existente”. De acordo com a explicação da autarquia, a “lagareta é localizada a uma cota inferior e no caso de ser escavada no afloramento é comum existir uma concavidade para escoamento total da mesma”.

Em 2020, a indicação geográfica (IG) Transmontano passou a incluir a vinificação em lagares rupestres como um método tradicional de produção da região. Este vinho, que já foi produzido em Valpaços, assume a designação de “vinho de lagar rupestre”, cabendo à Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM) as funções de controlo da produção e do comércio, de promoção, defesa e certificação dos vinhos da região. Em 2018, foi criada a Associação Portuguesa de Lagares Rupestres (LAROUP) para incentivar “tanto o estudo como a proteção” deste património, estando previsto o arranque de uma inventariação nacional para breve.

 

 

 

 

 

Foto: Município de Montalegre

Fonte: Evasões

 

 

 

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