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Turismo

Turismo do Centro destaca o potencial do interior do país a nível do turismo

Pedro Machado presidente da Entidade Regional do Turismo do Centro,  perante os números do turismo e em que Portugal bateu o recorde de visitantes, refere que para este feito contribuiu em grau elevado a região Centro, que apresenta níveis de crescimento superiores à média nacional.

“A melhor parte do melhor destino do mundo é o Interior do país”, garante Pedro Machado, numa referência ao facto de Portugal ter sido escolhido esta semana, pelo segundo ano consecutivo, como o “melhor destino turístico do mundo”, de acordo com os prémios World Travel Awards.

A Entidade Regional agrupa cem municípios do Centro do país, muitos deles situados em territórios de baixa densidade, e Pedro Machado, considera que o Interior tem valores exclusivos que asseguram o seu futuro como destino turístico de excepção, capaz de atrair visitantes de todo o mundo. Pedro Machado considera que o Interior do país, em especial a zona Centro, é um produto turístico valioso e com muito futuro, uma vez que está longe de esgotar o vasto leque da sua oferta. E nem mesmo os incêndios de 2017, que devastaram a região deixando um rasto de destruição e morte, e a tempestade tropical Leslie, que provocou milhões de euros de prejuízos, ensombram o potencial de crescimento do Interior.

 

Dornes em Ferreira do Zêzere

O responsável da Turismo Centro garante que o sector tem sido decisivo para travar o avanço da desertificação, atraindo visitantes, mão-de-obra qualificada e moradores a territórios de baixa densidade, que enfrentam problemas difíceis relacionados com o envelhecimento das populações. Mas uma coisa é o que se diz outras são os factos. Muito se tem feito, mas é necessário, fixar pessoas, pois sem pessoas, sem gente que habita essas regiões a paisagem linda de encantar que existe por si só, não é suficiente. O interior ainda é duro para quem o escolhe como morada e, se o campo ainda é para os citadinos um lugar idílico onde a natureza domina. Há ar puro e silêncio, porém faltam “serviços, emprego e transportes”. O interior continua a ser “duro” para quem o escolhe como morada. A mudança de famílias de zonas urbanas para o meio rural tem dado os seus passos, embora tímidos e incapazes de contrariar o fluxo migratório negativo do interior do país. Em terras onde os cemitérios são alargados e os postos de correio fecham, a vida está longe da imagem idílica normalmente alimentada pelas pessoas da cidade e pela própria imprensa.

Como foi por exemplo há dias publicado em alguns jornais, um take da agência Lusa de um exemplo, bem real dos factos” No final de 2016, Tiago Dias e Lara, a sua mulher, ficou sem emprego e decidiram mudar-se de Leiria para Vila de Rei. “Ficámos nove meses”, conta Tiago Eiras, que continua a aproveitar qualquer oportunidade para estar por ali, onde o final de um dia de trabalho sabe “a férias. Há menos barulho, menos stress, mais contacto com a natureza”.

 

No entanto, houve vários entraves para continuarem a viver em Valadas, explica. Lara não tem carta e isso, numa aldeia de Vila de Rei, dá “uma sensação de isolamento, de se estar numa camisa-de -forças”. Para além disso, não encontrou qualquer oportunidade de emprego.
Além da falta de oportunidades de emprego, o comercial de 40 anos aponta também para a falta de “oportunidades de vida”.

Para se ver um filme é preciso ir até Torres Novas, não há concertos ou teatro, o transporte público passa apenas uma vez por dia.

“É complicadíssimo para um casal novo estabelecer-se num destes sítios”, resume.
Isto é um pouco como António Variações cantava, só estou bem onde não estou.
Num país pequeno como Portugal, ainda há zonas onde “tudo fica muito longe”. Por exemplo aos fins de semana não há transportes públicos das freguesias rurais para Tomar na sua grande maioria ou em 98% dos casos.

Até final de Novembro, o número de novas empresas ligadas ao turismo, criadas em Portugal já ultrapassou o total de 2017, num total de 41 649 novas empresas, mais 3.779 que em igual período de 2017, o que representa um crescimento de 10%.

E se atendermos ao nível geográfico, a maioria das novas empresas constituídas encontram-se no distrito de Lisboa, num total de 14 608 constituições, o que se traduz num crescimento de 14,2% e que “é responsável por metade do crescimento de novas empresas”. Ou seja Lisboa continua a ser Portugal e, muito do resto é a paisagem!

 

Programa que apoia famílias na mudança para o interior já desaconselhou 700

O projeto “Novos Povoadores”, uma ideia que nasceu em 2005 e que começou a apoiar a transição de famílias para o interior do país em 2013, já ajudou 163 famílias, de mais de duas mil inscritas no programa que ajuda a desenhar um projeto migratório da cidade para o campo, revela o relatório de atividades de 2017 da iniciativa.
O programa “Novos Povoadores” que já apoiou a entrada de 163 famílias para localidades do interior de Portugal, mas foram mais as famílias que desaconselhou a fazer a mudança para um território que ainda é “muito hostil”.

No entanto, apesar de 163 famílias transferidas com sucesso, houve 15 que desistiram após a transferência para o interior e 705 que foram desaconselhadas a migrar pelos promotores deste programa, refere o mesmo documento, que contabiliza 165 empresas instaladas e 216 novos postos de trabalho criados.

Segundo Frederico Lucas, um dos dinamizadores do programa, há várias questões associadas a um número tão alto de famílias desaconselhadas a migrar para territórios de baixa densidade populacional.
Num momento de crise como foi aquele em que o programa foi lançado, a equipa do “Novos Povoadores” encontrou muita gente que queria mudar-se para o interior numa “lógica de fuga para a frente – ‘Vou para o interior e tudo se vai resolver’”.

“É legítimo que as pessoas tenham sonhos. Mas quando as famílias nos contratam (o serviço do programa é pago), vamos confrontá-los com a realidade e com os riscos para poderem antecipar soluções, mas o sonho é mais do que legítimo”, conta Frederico Lucas, salientando que os três criadores do programa, quando se mudaram para Trancoso, também levaram com eles “uma enorme dose de sonhos”.

A maioria dos elementos das famílias que desistiram já depois de fazerem a transição tinham idades abaixo dos 35 anos e encontraram melhores oportunidades fora do interior, tudo “antes de terem os primeiros filhos”.

“São pessoas que vão à procura de uma vida mais calma, mas há uma questão fundamental que é o emprego. Não há milagres. Existe uma ilusão que todos nós temos que as pessoas podem trabalhar à distância, mas em Portugal isso ainda não tem representação estatística”, notou.
Seria primeiro necessário captar investimentos de vulto que trouxessem emprego e, cabe ao Governo criar modelos para uma melhor distribuição das oportunidades no país, considerando que a atual situação de pressão demográfica nas duas áreas metropolitanas e uma depressão no resto do país “é mau para as cidades e é mau para o interior”.

Para isso, apontou para exemplos lá fora, como o caso da Dinamarca, em que as empresas públicas não podem criar novos postos de trabalho nas áreas metropolitanas, ou da Irlanda, em que o crescimento dos postos de trabalho na capital, Dublin, está condicionado “a 50% do crescimento da média nacional”.

A par disso o papel das câmaras municipais é muito importante e as mesmas tem que obrigatoriamente deixar de ser o maior empregador da zona ou do concelho e i apostar em captar investimento e empresas que façam esse papel e serem menos burocráticas, mais abertas, os autarcas deixarem de ser os “importantes da Silva” e “vendedores de sonhos e ilusões de palavras feitas e discursos de ocasião e os grandes esbanjadores em obras de fachada ou eventos que tem a visibilidade do momento e não deixam nada mais que isso” conforme referem quem estuda este papel de fixação das populações no Interior.

 

Fonte: Mundo Português

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