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Tecnologia

Telemóvel português disputa atenção com gigantes

A Iki Mobile decidiu apresentar o telemóvel com etiqueta “made in Portugal “ no palco da maior feira de tecnologias móveis. O objectivo da empresa com sede em Coruche passa por centralizar a produção dos produtos para Portugal.

Pela primeira vez, a Iki Mobile marca presença no Mobile World Congress, Congresso Mundial de Tecnologia Móvel. E a estreia da empresa portuguesa na maior feira de tecnologias móveis do mundo está a despertar a atenção dos milhares de visitantes e de vários órgãos de comunicação social internacionais.

Percorrendo o pavilhão 8.1, dedicado ao planeta das aplicações (App Planet) é quase impossível não reparar no stand da Iki Mobile. Além de contar com dois promotores vestidos com um fato futurista, repleto de lantejoulas prateadas e um capacete de astronauta, que contrastam com o tom amarelo torrado de todo o espaço, as câmaras de canais de televisão que esperam para filmar as demonstrações do telemóvel que ocupam os pequenos corredores que rodeiam os stand.

Os jornalistas pedem às promotoras para exemplificarem como o telemóvel português é resistente, tal como  a marca alega, atirando-o com força para o chão. Repetem o mesmo passo várias vezes, com o telemóvel a permanecer intacto no final das demonstrações.

Tito Cardoso, presidente executivo da Iki Mobile, confessou ao Negócios que o produto tem despertado a atenção, quer de empresas quer dos media. Mas “não superou as expectativas”, porque “sabíamos que ia despertar (a atenção). Estamos em muitos media locais espanhóis, e não só, em que aparece muitas vezes o nosso produto como o produto destaque da feira, mas nem sequer fala da nossa marca. Eles sabem que há este produto, mas não sabem ainda de quem é”, comentou.

No centro das atenções está o KF5 Bless Cortiça Edition, “o primeiro telemóvel do mundo que utiliza esta matéria-prima”, garantiu.

O “smartphone” é forrado a cortiça, um material “amigo do ambiente, reciclável e bom para a economia porque desenvolve a economia portuguesa e a espanhola”, uma vez que a empresa com sede em Coruche, Santarém, também utiliza cortiça do país vizinho. Ou seja, “é um produto que se destaca bastante”, acrescentou.

Mas a utilização da cortiça também garante outras características ao produto como, por exemplo, nas questões da radiação, que permite que não irradie tanto. “Logo, protege-nos enquanto utilizadores”, sublinhou. Além disso, também aponta vantagens na resistência e “quando tocamos no telemóvel sentimos que estamos a tocar numa coisa mais natural, algo que nos tira o stress”, destacou Tito Cardoso, lembrando que “estamos todo o dia a usar o telemóvel”.
Quanto à decisão de participar na feira de Barcelona, que decorre até quinta-feira e conta a presença de gigantes como a Samsung, Huawei, LG, Sony ou Nokia, Tito Cardoso revelou que “no ano passado estivemos inscritos, mas não participámos. Foi só para sentirmos o espaço, para sabermos como haveríamos de participar, já contando que íamos ter sucesso no primeiro ano da marca. E, por isso, estamos aqui”.

O CEO da Iki Mobile acredita que a marca está a conseguir concorrer pela atenção dos visitantes da feira face aos stands dos gigantes do sector, “mas também o produto em si é muito interessante e muito bem desenhado. É desenhado por ‘designers’ portugueses, em Portugal, o que também nos permitiu estarmos a olhar para outra forma que passa por descentralizar a produção que temos, por exemplo, na China. Estamos a descentralizar tudo e a colocar mais em Portugal”, adiantou.

Tito Cardoso explicou que o telemóvel foi desenhado por designers portugueses e quase tudo foi criado de raiz a partir de Portugal. O que os levou a pensar “descentralizar a produção que temos, por exemplo na China, para Portugal. Estamos a descentralizar tudo e a colocar mais em Portugal”, adiantou.

Na produção do KF5 Bless Cortiça Edition a parte final da aplicação da cortiça já é realizada em Portugal. Mas em breve vão ter um produto quase totalmente ‘made in’ Portugal, revelou, sublinhado que não será 100% fabricado em terras lusas porque há coisas que Portugal não produz “como as ‘motherboards’ ou as câmaras. Temos sempre que as comprar (estas peças) no exterior, é natural”, referiu.

A Iki Mobile nasceu há cerca de um ano. Na Europa a sua actividade, ao longo destes 12 meses, centrou-se maioritariamente através de vendas online.

A maioria das vendas da empresa foi realizada “nos países de língua portuguesa, como países africanos e asiáticos, e também no Canadá”, detalhou.  “No primeiro ano trabalhámos muito mais para fora, para o mundo. Costumamos dizer que a Iki Mobile é a empresa portuguesa de telemóveis no mundo e tivemos muito sucesso além fronteiras”.

Quando arrancaram a actividade, tinham uma previsão de vendas de 30 mil unidades para o primeiro ano. Um numero que foi ultrapassado “largamente, quase não estávamos preparados, mas conseguimos dar uma resposta muito boa e vendemos mais de 290 mil produtos só no primeiro ano”.

Agora, a empresa já está presente no retalho no mercado ibérico onde os produtos são distribuídos através de uma parceria com a JP Sá Couto.

O segmento empresarial representa a maioria das vendas da empresa, fruto da estratégia da Iki Mobile em apostar em pequenas e médias empresas de retalho. “Estamos a querer trabalhar com os pequenos e médios empresários (de retalho), que em Espanha são muito fortes. Em Portugal ainda não são, mas vamos fazê-los ainda mais fortes”, referiu.

Uma convicção que Tito Cardoso também acredita que se aplica à Iki Mobile. “Estamos aqui, na feira de Barcelona, a marcar posição. Obviamente para o ano estaremos ainda mais fortes”, concluiu, confessando ainda que a empresa conta voltar a estar presença na edição da maior feira de tecnologias móveis do mundo no próximo ano.

 

Fonte: Jornal de Negócios

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